(ANSA) - O papa Francisco desembarcou nesta terça-feira (31) na cidade de Kinshasa, a primeira etapa de uma viagem de seis dias pela República Democrática do Congo e pelo Sudão do Sul, países da África Subsaariana com longo histórico de conflitos.
O avião da ITA Airways com o pontífice partiu do Aeroporto de Fiumicino, nos arredores de Roma, por volta de 4h30 (horário de Brasília) e chegou na capital do Congo pouco antes das 11h.
Quando a aeronave sobrevoou o deserto do Saara, Francisco pediu que os jornalistas que o acompanham rezassem em silêncio "por todas as pessoas que, buscando um pouco de bem-estar e liberdade, não conseguiram".
O pedido é uma referência às centenas de milhares de habitantes da África Subsaariana que se arriscaram na travessia do deserto nos últimos anos para chegar ao norte da África e subir em barcos superlotados em direção ao sul da Europa, especialmente para a Itália.
Ainda antes de embarcar, o Papa se reuniu com um pequeno grupo de refugiados do Congo e do Sudão do Sul no Vaticano.
Além disso, no caminho do aeroporto, parou brevemente diante de um monumento em Roma que homenageia os 13 italianos brutalmente assassinados no Congo em novembro de 1961, quando integravam uma missão de paz das Nações Unidas (ONU).
Essa é a 40ª viagem internacional de Francisco e a primeira em 2023. Inicialmente, a visita estava programada para julho de 2022, mas teve de ser adiada por recomendação médica em função das dores no joelho do pontífice, que há meses usa uma cadeira de rodas para se locomover.
O objetivo de Jorge Bergoglio, segundo suas próprias palavras, é levar uma "mensagem de paz" para os dois países.
O Congo é a segunda maior nação africana em extensão territorial e há anos sofre com a violência de milícias que disputam suas riquezas naturais, cenário que levou o Vaticano a cancelar uma etapa na cidade oriental de Goma, restringindo a visita a Kinshasa.
Já o Sudão do Sul, onde o líder católico passará pela capital Juba, conquistou a independência em 2011 e viveu em conflito durante a maior parte da última década.
O país é governado desde sua separação do Sudão pelo presidente Salva Kiir, que foi alvo de uma rebelião liderada por seu vice, Riek Machar, a partir de 2013.
O Papa se empenhou pessoalmente por um acordo de paz no Sudão do Sul e, em 2019, recebeu Kiir e Machar para um "retiro espiritual" no Vaticano, ocasião em que beijou os pés dos dois líderes. (ANSA)
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