O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou o papa Francisco nesta quinta-feira (1º) por acusar chechenos e buriates de cometer crueldades na invasão à Ucrânia.
Em coletiva de imprensa, o chanceler afirmou que o líder católico se ofereceu como mediador, mas "deu declarações não cristãs" sobre duas nacionalidades da Federação Russa. "O Vaticano disse que isso não vai se repetir e que provavelmente houve um mal-entendido, mas isso não ajuda a aumentar a autoridade do Estado pontifício", acrescentou Lavrov, embora a Santa Sé não tenha se pronunciado publicamente sobre as declarações do Papa.
Em uma entrevista divulgada nesta semana pela revista jesuíta "America", Francisco disse que as tropas "mais cruéis" na guerra na Ucrânia "talvez sejam aquelas da Rússia, mas sem tradição russa, como as chechenas, as buriates e assim por diante".
Enquanto os russos são um grupo étnico eslavo e majoritariamente ortodoxo, os chechenos formam um povo islâmico de origem caucasiana e com língua própria, concentrado sobretudo na República da Chechênia.
Já os buriates são um povo indígena da Sibéria e habitam principalmente a República da Buriácia, também integrante da Federação Russa.
O líder da Chechênia, Ramzan Kadyrov, afirmou na última quarta (30) que o Papa se tornou "vítima da propaganda" anti-Rússia, enquanto Alexey Tsydenov, governador da Buriácia, disse na segunda (28) que acusar "nacionalidades específicas de crueldade é um pouco estranho". (ANSA)
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