O líder da República da Chechênia, Ramzan Kadyrov, afirmou que o papa Francisco se tornou "vítima da propaganda" por ter acusado soldados chechenos de "crueldade" na guerra na Ucrânia.
Em mensagem no Telegram, Kadyrov, um dos mais radicais apoiadores do regime de Vladimir Putin, disse que os combatentes chechenos são "profundamente religiosos" e sabem que, "em tempos de guerra, não se pode esquecer a honra, a dignidade e o respeito pelo inimigo".
"É vergonhoso que uma personalidade religiosa famosa em todo o mundo não conheça a postura dos muçulmanos em relação ao inimigo", declarou o líder - o Islã é a religião predominante na Chechênia. "O Papa se tornou vítima da propaganda", reforçou Kadyrov.
Em uma entrevista divulgada nesta semana pela revista jesuíta "America", Francisco disse que as tropas "mais cruéis" na guerra na Ucrânia "talvez sejam aquelas da Rússia, mas sem tradição russa, como as chechenas, as buriates e assim por diante".
Enquanto os russos são um grupo étnico eslavo e majoritariamente ortodoxo, os chechenos formam um povo islâmico de origem caucasiana e com língua própria, concentrado sobretudo na República da Chechênia.
Já os buriates são um povo indígena da Sibéria e habitam principalmente a República da Buriácia, também integrante da Federação Russa. Moscou expressou "indignação" com as declarações de Francisco, que tenta servir de mediador no conflito, e o acusou de "perverter a verdade". (ANSA)
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