O papa Francisco reafirmou que o Vaticano está disposto a servir de mediador em negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.
A declaração foi dada em entrevista à revista jesuíta "America", após o secretário da Santa Sé para Relações com os Estados, Paul Richard Gallagher, ter dito que o Vaticano está disponível inclusive para sediar eventuais tratativas.
"A posição da Santa Sé é a de buscar a paz e uma compreensão. A diplomacia da Santa Sé está se movendo nessa direção e, obviamente, está sempre disposta a mediar", afirmou Jorge Bergoglio.
Durante a entrevista, o pontífice também reiterou que só visitará a Ucrânia se também for à Rússia. "Se eu viajar, irei a Moscou e Kiev, e não apenas a um lugar", disse o Papa, que já mediou trocas de prisioneiros entre os dois lados.
"Trabalho com o recebimento de listas de prisioneiros, tanto civis quanto militares, e as faço chegar ao governo russo. A resposta sempre foi muito positiva", garantiu.
Francisco ainda foi questionado por que nunca citou nominalmente o presidente da Rússia, Vladimir Putin, como responsável pela guerra, apesar de sempre ter demonstrado solidariedade à Ucrânia.
"Sabe-se quem eu condeno, não é necessário dar nome e sobrenome. Quando eu falo da Ucrânia, falo de um povo martirizado. Se há um povo martirizado, há alguém que o martiriza", declarou, acrescentando que "quem invade é o Estado russo". "Isso é muito claro", disse. (ANSA)
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