(ANSA) - O governo da Itália condenou neste domingo (8) a insurreição de radicais bolsonaristas contra as instituições da democracia brasileira, enquanto políticos da oposição compararam o episódio com a invasão de apoiadores de Donald Trump ao Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.
"O que ocorre no Brasil não pode nos deixar indiferentes. As imagens da invasão às sedes institucionais são inaceitáveis e incompatíveis com qualquer forma de discordância democrática. É urgente um retorno à normalidade, e expressamos solidariedade às instituições brasileiras", escreveu a premiê Giorgia Meloni no Twitter.
Quanto accade in Brasile non può lasciarci indifferenti. Le immagini dell’irruzione nelle sedi istituzionali sono inaccettabili e incompatibili con qualsiasi forma di dissenso democratico. È urgente un ritorno alla normalità ed esprimiamo solidarietà alle Istituzioni brasiliane.
— Giorgia Meloni (@GiorgiaMeloni) January 8, 2023
"Acompanho com preocupação o que está acontecendo no Brasil. Qualquer ato de violência contra as instituições democráticas deve ser veementemente condenado. Os resultados eleitorais devem ser sempre respeitados", reforçou o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani.
Sto seguendo con preoccupazione quanto sta accadendo in Brasile.Ogni atto di violenza contro le istituzioni democratiche deve essere condannato con grande fermezza. I risultati elettorali vanno sempre e comunque rispettati .
— Antonio Tajani (@Antonio_Tajani) January 8, 2023
A mensagem foi republicada por Meloni, enquanto a Liga, partido que faz parte do governo, disse que condena "qualquer tipo de violência, tanto no Brasil como em qualquer outro lugar".
Os ex-primeiros-ministros Enrico Letta, secretário do Partido Democrático (PD), e Giuseppe Conte, presidente do antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S), também usaram o Twitter para se pronunciar.
"Com Lula, com o povo brasileiro e com a democracia", escreveu Letta. "O ataque às instituições por parte de apoiadores de Bolsonaro é gravíssimo. Quem acredita de verdade na democracia não pode ficar em silêncio. Solidariedade ao presidente Lula e ao povo brasileiro", reforçou Conte.
Outro ex-primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentiloni, atual comissário de Economia da União Europeia, afirmou no Twitter que a "democracia é mais forte".
Já a deputada e estrela ascendente da centro-esquerda italiana, Elly Schlein, candidata a secretária do PD, disse à emissora La7 que a insurreição deste domingo é um "gravíssimo ataque ao coração da democracia de um país que se expressou em eleições livres".
"Estamos vendo imagens dramáticas que remetem àquelas do Capitólio, então também preocupa o aspecto de imitação. Também acho inaceitável e gravíssimo que Bolsonaro não tenha dito nada e não tenha tomado distância. Não é aceitável que existam forças que se coloquem fora do arco constitucional democrático", acrescentou.
O governador da Emilia-Romagna, Stefano Bonaccini, adversário de Schlein na corrida pela liderança do PD, declarou que a "direita extremista não aceita a vontade popular e a derrota nas urnas".
Por sua vez, o deputado e ex-governador do Lazio Nicola Zingaretti, também do PD, afirmou que "a direita brasileira perdeu as eleições e agora assalta o Parlamento". "Estou ao lado da democracia, do presidente Lula, da liberdade", escreveu o parlamentar no Twitter.
Outro deputado do PD, Roberto Morassut, convocou uma manifestação em defesa de Lula e da democracia diante da Embaixada do Brasil em Roma para esta segunda-feira (9).
O senador Carlo Calenda, líder do partido de centro Ação, comparou os ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump. "Primeiro Trump, agora Bolsonaro: os heróis da direita soberanista sempre se fazem reconhecer. Nós estamos do lado da democracia, sempre", disse.
Vídeos divulgados nas redes sociais mostram bolsonaristas tomando espaços internos e promovendo quebra-quebra dentro do Congresso Nacional, sede do Legislativo; do Supremo Tribunal Federal (STF), sede do Judiciário; e até do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República.
Os radicais pedem um golpe militar para destituir o presidente Lula. (ANSA)
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