(ANSA) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de "vândalos fascistas" os apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) que invadiram as sedes dos três poderes neste domingo (8) e decretou intervenção na segurança pública do Distrito Federal.
A medida chega após a polícia do DF ser acusada de fazer vista grossa para a insurreição promovida por bolsonaristas contra as instituições democráticas em Brasília.
"Aquelas pessoas que chamamos de fascistas, o que há de mais abominável na política, invadiram a sede do governo, invadiram a sede do Congresso Nacional, invadiram a Suprema Corte, como verdadeiros vândalos, destruindo o que encontraram pela frente", disse Lula em Araraquara (SP), aonde ele viajou para verificar estragos provocados pelas chuvas na região.
"Todas as pessoas que fizeram isso serão encontradas e punidas. Elas vão perceber que a democracia garante o direito de liberdade e livre expressão, mas também exige que as pessoas respeitem as instituições criadas para fortalecer a democracia.", acrescentou.
Segundo Lula, "fascistas fanáticos fizeram o que nunca foi feito na história deste país". "Vamos descobrir os financiadores, e todos eles pagarão com a força da lei por esse gesto antidemocrático, esse gesto de vândalos e fascistas", declarou.
O presidente ainda acusou Bolsonaro de insuflar os golpistas e pediu punições "exemplares" para os invasores, "de forma a que ninguém nunca mais ouse, com a bandeira nacional nas costas pra se fingir de nacionalista, fazer o que eles fizeram hoje".
Lula também anunciou que vai retornar a Brasília e visitar as sedes do Congresso, do STF e da Presidência. "E podem estar certos, isso não se repetirá", prometeu.
A intervenção federal no DF valerá até 31 de janeiro e, segundo o decreto, tem como objetivo "pôr termo a grave comprometimento da ordem pública, marcada por atos de violência e invasão de prédios públicos".
O interventor será Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça, e poderá usar inclusive as Forças Armadas para desalojar atos golpistas.
Alckmin e Moraes
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, classificou a destruição como "barbárie".
"A barbárie de hoje é efeito direto da irresponsabilidade de todos que apoiam, financiam ou se omitem diante de atos antidemocráticos. Que sejam, na forma da lei, punidos em nome da República e da democracia, covardemente atingidas mais uma vez", publicou o vice-presidente.
O ministro do STF Alexandre de Moraes usou suas redes sociais para condenar os ataques.
"Os desprezíveis ataques terroristas à Democracia e às Instituições Republicanas serão responsabilizados, assim como os financiadores, instigadores, anteriores e atuais agentes públicos que continuam na ilícita conduta dos atos antidemocráticos. O Judiciário não faltará ao Brasil!", postou.
Primeiras imagens
O ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, publicou um vídeo em suas redes sociais mostrando a destruição de parte do Palácio do Planalto.
Nas imagens, é possível ver as salas vandalizadas, obras de arte, mesas e cadeiras quebradas, em uma cena de total devastação.
Segundo informações oficiais, a sala do presidente Lula não foi afetada porque possui uma porta mais reforçada, o que impediu a entrada dos bolsonaristas. Porém todas as demais foram danificadas.
CAOS E DESTRUIÇÃO: UMA SÍNTESE DO TERRORISMO BOLSONARISTA
— Paulo Pimenta (@DeputadoFederal) January 8, 2023
A horda que invadiu a sede dos poderes em Brasília fez exatamente o que foi plantado ao longo dos últimos quatro anos: baderna e destruição! pic.twitter.com/f1Opw0Qu5f
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