(ANSA) - A Justiça do Vaticano condenou nesta terça-feira (23) o padre Gabriele Martinelli a dois anos e seis meses de prisão por casos de abuso sexual, que teriam ocorrido entre 2007 e 2012 em um pré-seminário conhecido por formar os “coroinhas do Papa”.
O religioso, que tinha entre 15 e 20 anos à época apontada nas denúncias, havia sido absolvido na primeira instância, quando o juízo comprovou a ocorrência de práticas sexuais, mas não considerou que a existência de “violência ou ameaças” foi certificada.
A sentença foi revista na segunda instância, após um recurso.
A condenação levou em conta apenas o período em que os crimes ocorreram enquanto o réu era maior de idade, entre 9 de agosto de 2008 e 19 de março de 2009.
Laura Sgrò, advogada de defesa da vítima, identificada apenas como L.G., comemorou a decisão em declaração à ANSA, classificando-a como “histórica”. L.G. é sete meses mais jovem que Martinelli.
Esta foi a primeira vez em que o Judiciário da cidade-Estado proferiu uma condenação por abuso sexual ocorrido em seu próprio território. O crime apontado foi o de corrupção de menor. Além da condenação à prisão, Martinelli, hoje com 31 anos, deverá pagar uma multa de mil euros.
O Pré-Seminário São Pio X está localizado a poucos passos da Casa Santa Marta, residência oficial do papa Francisco, e costuma fornecer seminaristas para ajudar o Pontífice nas celebrações litúrgicas na Basílica de São Pedro.
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