(ANSA) - Uma vítima de abuso sexual cometido na Igreja Católica alemã processou a Arquidiocese de Munique e Freising e os herdeiros do falecido papa emérito Bento XVI e pediu uma indenização de 350 mil euros.
A informação foi confirmada pelo advogado da vítima, Andreas Schulz, à agência alemã DPA nesta quarta-feira (7), duas semanas antes do início de um julgamento civil sobre o caso no tribunal provincial de Traunstein.
De acordo com a publicação, o homem alega ter sido abusado em uma paróquia no sul da Baviera há cerca de 30 anos por um padre reincidente condenado.
Em carta, a defesa diz que seu cliente "foi privado da felicidade durante sua vida, desviado do caminho da vida e por isso procurou refúgio nas drogas e no álcool com todas as suas consequências para a sua vida profissional".
Desta forma, a vítima pede 300 mil euros para a diocese e 50 mil euros por danos aos herdeiros de Joseph Ratzinger, que morreu no dia 31 de dezembro de 2022.
O processo alega que Bento XVI, então cardeal, contribuiu para a reintegração do padre condenado em uma paróquia em 1986, quando era chefe da Congregação para a Doutrina da Fé. A atitude do religioso tornou possível que o padre abusasse do homem, diz a denúncia.
Além disso, Ratzinger autorizou na época que o padre celebrasse a missa com suco de uva em vez de vinho, tendo em vista que sacerdote havia cometido crimes, referentes a abuso sexual de menores, sob a influência de álcool, informou a agência.
O julgamento está agendado para iniciar em 20 de junho. No entanto, os juízes precisam decidir se vão separar o processo contra Bento XVI porque ainda não está claro quem será seu herdeiro.
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