(ANSA) - O papa Francisco desembarcou em Ulan Bator, na Mongólia, nesta sexta-feira (1º) e deu início à primeira visita de um pontífice a um dos países com menor percentual de católicos no mundo.
Ainda no avião, Jorge Bergoglio enviou um telegrama ao presidente da vizinha China, Xi Jinping, no qual assegura "orações pelo bem-estar da nação" e invoca "as bênçãos divinas da união e da paz".
Em resposta, o Ministério das Relações Exteriores de Pequim disse querer "reforçar a confiança recíproca" com o Vaticano e que está pronta para "continuar trabalhando" com a Santa Sé em um "diálogo construtivo para melhorar a compreensão".
Em abril passado, a China incomodou o Vaticano ao nomear um bispo católico à revelia do Papa, violando um acordo bilateral assinado em 2018 e renovado no ano passado até 2024.
Os termos exatos do pacto permanecem em sigilo, mas sabe-se que ele permitiu ao Vaticano recuperar papel ativo na nomeação de bispos chineses.
Os dois países romperam relações diplomáticas formais em 1951, quando a Santa Sé reconheceu a independência da ilha de Taiwan, que ainda é vista por Pequim como uma "província rebelde".
Durante décadas, católicos chineses viveram divididos entre uma conferência de bispos escolhida pelo Partido Comunista e um braço da Igreja Apostólica Romana que atuava na clandestinidade.
Visita inédita
Situada na Ásia Oriental, a Mongólia recebe um pontífice pela primeira vez em sua história, em uma visita que terminará no dia 4 de setembro.
O país tem 1,5 milhão de quilômetros quadrados e apenas 3 milhões de habitantes, o que o torna o de menor densidade populacional no mundo. Sua população é majoritariamente budista, e o número de cristãos é estimado em menos de 50 mil, incluindo católicos, protestantes e ortodoxos.
"Viajar à Mongólia é visitar um povo pequeno em uma terra grande. A Mongólia parece não acabar, e os habitantes são poucos, mas com grande cultura. Acho que nos fará bem entender esse silêncio tão longo, tão grande", afirmou Francisco ainda no avião papal.
Durante a visita, o Papa se encontrará com autoridades políticas, diplomáticas, católicas e da sociedade civil e participará de um encontro ecumênico inter-religioso. (ANSA)
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