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Em carta, Papa esclarece declaração sobre homossexualidade

Em carta, Papa esclarece declaração sobre homossexualidade

Francisco disse que ser homossexual não é crime, mas é pecado

VATICANO, 29 janeiro 2023, 09:59

Redação ANSA

ANSACheck

Papa Francisco durante oração do Angelus © ANSA/EPA

(ANSA) - O papa Francisco especificou neste sábado (28) seus comentários feitos nos últimos dias sobre a homossexualidade, explicando que estava simplesmente se referindo ao ensino moral católico oficial, que diz "que todo ato sexual fora do casamento é pecado".

O Pontífice escreveu uma carta ao padre James Martin, jesuíta que realiza seu apostolado com pessoas da comunidade LGBTQIA+, para explicar sua declaração dada em entrevista à Associated Press.

"Eu simplesmente me referia ao ensinamento da moral católica, que diz que qualquer ato sexual fora do casamento é pecado", escreveu.

Jorge Bergoglio explicou que, em todo caso, ao expressar uma avaliação, "é necessário levar em conta as circunstâncias que diminuem ou anulam a culpa", porque "sabemos bem que a moral católica, além da matéria, valoriza a liberdade, a intenção; e isto, para todo tipo de pecado".

Além disso, Francisco reforça o que disse sobre o empenho da Igreja Católica no reconhecimento da "dignidade" de todos, enfatizando que os "que querem criminalizar a homossexualidade", "estão errados".

A resposta do Papa foi publicada no site do padre Martin, "Outreach.faith".

Já no contexto da entrevista à AP, o site da Santa Sé, Vatican News, reforça que ficou evidente que Francisco havia falado de homossexualidade, significando neste caso "atos homossexuais" e não a própria condição homossexual.

Na entrevista, Francisco destacou que "ser homossexual não é crime", enquanto existem mais de 50 países que têm condenações legais para as pessoas homossexuais.

Com sua resposta, o Papa reiterou sua posição, já repetida desde a primeira discussão com jornalistas no voo de volta do Brasil em 2013 - "Se uma pessoa é gay e busca o Senhor e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?", declarou ele na época.

A carta conclui com o Papa rezando pelo trabalho do padre Martin e pela comunidade LGBTQIA+ que ele segue. "Por favor, faça o mesmo por mim".
   

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