O governo da Itália afirmou nesta segunda-feira (18) que o atual texto do acordo comercial entre Mercosul e União Europeia não é aceitável.
Em nota, o ministro da Agricultura e da Soberania Alimentar, Francesco Lollobrigida, disse que o setor primário, já "enfraquecido dramaticamente" por crises geopolíticas, "dificilmente poderia suportar o impacto de importações com preços decididamente mais baixos".
"Tal como está colocado, o tratado UE-Mercosul não é compartilhável. Embora desejando um mercado mais aberto e regulado por tratados, é evidente que as economias, as organizações do trabalho e o respeito às normas ambientais são extremamente diferentes entre os dois lados", acrescentou Lollobrigida.
Segundo o ministro, é preciso assegurar que os países do bloco sul-americano se adequem "aos mesmos ônus que impomos a nossos agricultores em termos de respeito aos direitos dos trabalhadores e do meio ambiente".
A posição italiana ecoa falas do presidente da França, Emmanuel Macron, que disse no último domingo (17), em visita a Buenos Aires, que não assinará o acordo Mercosul-UE "tal como está" desenhado.
Já o ministro da Agricultura da Espanha, Luis Planas Puchades, defendeu o acordo nesta segunda-feira e afirmou que "existe uma certa mitologia em torno do Mercosul que não parece em linha com a realidade ou com a situação atual".
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