A prefeitura de Porto Torres, no norte da Sardenha, anunciou nesta quarta-feira (9) que a cidade está disponível para acolher os 234 migrantes forçados a bordo do navio Ocean Viking, da ONG SOS Méditerranée, que navega em águas italianas em direção à França.
A decisão foi tomada pelo prefeito de Porto Torres, Massimo Mulas, após a Comissão Europeia declarar que a situação na embarcação atingiu um "nível crítico" a ponto de provocar uma "tragédia humanitária" e "deve ser urgentemente resolvida".
"Minha comunidade não quer virar para o outro lado, a cidade de Porto Torres sempre foi uma cidade acolhedora e solidária com quem sofre", afirmou Mulas.
O Ocean Viking, com destino a Marselha, encontra-se atualmente em águas italianas a poucos quilômetros da costa leste da Sardenha, devendo em breve navegar em frente a Porto Torres.
O prefeito da cidade no sul da Itália "não quer deixar pedra sobre pedra". "Certamente não é minha intenção discutir com ninguém, muito menos com o governo do meu país, mas a cidade que tenho a honra de administrar sempre foi e sempre será uma cidade acolhedora, uma cidade portuária e, portanto, um porto seguro", concluiu.
O Ocean Viking resgatou 234 pessoas na costa da Líbia, no Mediterrâneo Central, no fim de outubro, e há mais de duas semanas aguarda a designação de um porto seguro para atracar.
A embarcação chegou a entrar em águas territoriais italianas, mas o governo da premiê Giorgia Meloni, de extrema direita, não autorizou o desembarque. Após dias de impasse, a tripulação decidiu zarpar em direção à França, iniciando uma viagem de centenas de quilômetros apesar do estado de fragilidade dos migrantes.
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