Righi, que também faz parte da Direção Antimáfia do Ministério Público de Palermo, era a única integrante da equipe que ainda não estava sob proteção da polícia.
Salvini, líder do partido nacionalista Liga, é acusado de sequestro de pessoas e omissão de documentos oficiais por ter impedido o desembarque de 147 migrantes resgatados no Mediterrâneo pelo navio da ONG espanhola ProActiva Open Arms em agosto de 2019, quando ele era ministro do Interior.
Na ocasião, a embarcação ficou 20 dias estacionada em frente à ilha de Lampedusa, e a maior parte das pessoas a bordo só pôde descer na Itália após uma intervenção da Justiça Administrativa, que determinou o desembarque por motivos sanitários.
Após o pedido de prisão, Salvini convocou manifestações contra os procuradores de Palermo, inclusive nesta sexta-feira (18), quando a defesa do ministro apresentou sua argumentação no tribunal.
"Os processos devem ocorrer em clima de maior serenidade possível, para benefício de todos. Operações que criam uma aura de suspeita podem produzir esse tipo de efeitos: ataques a magistrados, com violências e ameaças verbais", alertou o presidente da Associação Nacional da Magistratura (ANM), Giuseppe Santalucia, em entrevista à ANSA sobre a escolta para a procuradora Righi.
O MP pediu a condenação de Salvini com o argumento de que um náufrago deve ser salvo independentemente de sua "classificação, seja migrante, passageiro ou tripulante". "Há um princípio fundamental indiscutível: entre os direitos humanos e a proteção da soberania do Estado, são os direitos humanos que devem prevalecer no nosso sistema jurídico, felizmente democrático", alega a acusação.
O ministro, por sua vez, diz que agiu apenas para "proteger as fronteiras" da Itália contra "imigrantes ilegais", enquanto sua defesa afirma que as condições a bordo do navio eram boas.
"Entre os migrantes da Open Arms, não houve nenhuma tentativa de suicídio", declarou a advogada Giulia Bongiorno em sua argumentação no Tribunal de Palermo.
"As exigências de saúde são certamente primárias, mas aqui deve-se falar também do interesse do Estado. Não foi Salvini que inventou a palavra fronteira", acrescentou.
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