O presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na cúpula do G7 na Itália e defendeu a tributação dos super-ricos e a regulação da inteligência artificial.
"Já passou da hora dos super-ricos pagarem sua justa contribuição em impostos. Essa concentração excessiva de poder e renda representa um risco à democracia. Muitos países em desenvolvimento já formularam políticas eficazes para erradicar a fome e a pobreza", afirmou o mandatário em seu pronunciamento.
"Nosso objetivo, no G20, é mobilizar recursos para ampliá-las e adaptá-las a outras realidades", acrescentou Lula, pedindo apoio dos países do G7 à "Aliança Global contra a Fome e a Pobreza", que será lançada na reunião do G20 no Rio de Janeiro.
O petista também dedicou parte do discurso ao tema da inteligência artificial, que "acentua esse cenário de oportunidades, riscos e assimetrias".
"Seus benefícios devem ser compartilhados por todos. Interessa-nos uma IA segura, transparente e emancipadora. Que respeite os direitos humanos, proteja dados pessoais e promova a integridade da informação. Que potencialize as capacidades dos Estados de adotar políticas públicas para o meio ambiente e que contribua para a transição energética. Uma IA que também tenha a cara do Sul Global, que fortaleça a diversidade cultural e linguística e que desenvolva a economia digital de nossos países. E, sobretudo, uma IA como ferramenta para a paz, não para a guerra", salientou Lula.
Guerras na Ucrânia e no Oriente Médio
Em seu discurso na cúpula do G7 na Itália, o presidente Lula também criticou a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza e defendeu a realização de uma conferência de paz sobre a Ucrânia.
"Em Gaza, vemos o legítimo direito de defesa se transformar em direito de vingança. Estamos diante da violação cotidiana do direito humanitário, que tem vitimado milhares de civis inocentes, sobretudo mulheres e crianças", afirmou o petista em Borgo Egnazia.
"Isso nos levou a endossar a decisão da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça [contra Israel]", acrescentou.
Lula ainda reiterou que o Brasil "condenou de maneira firme a invasão da Ucrânia pela Rússia", porém destacou que "já está claro que nenhuma das partes conseguirá atingir todos os seus objetivos pela via militar".
"Somente uma conferência internacional que seja reconhecida pelas partes, nos moldes da proposta de Brasil e China, viabilizará a paz", salientou.
A Suíça sediará uma conferência sobre a Ucrânia neste fim de semana, mas sem a participação da Rússia, o que levou Lula a rejeitar o convite para o encontro. (ANSA)
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