(ANSA) - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, se manifestou nesta quinta-feira (22) contra a hipótese de um inquérito internacional sobre a morte do líder de oposição Alexei Navalny, vítima de um suposto mal súbito na colônia penal no Ártico onde estava encarcerado.
"Ninguém tem o direito de interferir em nossos assuntos internos", disse o chanceler russo à margem da cúpula ministerial do G20 no Rio de Janeiro.
"Rechaçamos uma investigação internacional sobre sua morte [de Navalny]. Vamos cuidar disso sozinhos", acrescentou Lavrov, definindo os pedidos por um inquérito independente como "arrogância" e "novas formas de colonialismo".
"Ninguém sabe na verdade o que foi feito com Navalny na Alemanha. Disseram que ele tinha sido envenenado e nos acusaram, mas não nos deram acesso a seus exames de sangue, algo indecente e injusto", declarou.
O líder de oposição chegou a ser internado na Alemanha em 2020, após ter adoecido gravemente durante um voo na Rússia.
Segundo o governo alemão, Navalny havia sido envenenado com o agente tóxico novichok.
Durante entrevista a um restrito grupo de veículos internacionais, o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, disse, ao ser questionado pela ANSA, que o tema da morte do dissidente russo foi "colocado na mesa" na reunião do G20 por algumas delegações, mas que Lavrov "permaneceu em silêncio".
Um dos que levaram a questão à baila foi o secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Cameron, que acusou a Rússia de ter assassinado Navalny. O russo, no entanto, evitou contato visual com o ex-premiê britânico e apenas olhava o celular.
Em meio às polêmicas, Lavrov será recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília na noite desta quinta-feira. (ANSA)
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