(ANSA) - As autoridades de Veneza anunciaram nesta quinta-feira (5) que estão trabalhando para esclarecer as causas que levaram um ônibus cair de um viaduto sobre binários de ferrovia em um trecho reto, provocando 21 mortos e 15 feridos.
A Justiça italiana trabalha com duas hipóteses principais sobre as possíveis causas da tragédia: uma manobra arriscada, com outro ônibus, ou que o guarda-corpo era velho demais para suportar o peso do ônibus e tudo isso aliado à possibilidade de o motorista ter sofrido um mal estar e ter perdido o controle do veículo.
"Atualmente não há investigações", confirmou o promotor Bruno Cherchi, revelando que a cerca de proteção do ônibus, a zona de largada e o próprio veículo foram apreendidos, bem como a espécie de "caixa-preta" do ônibus.
A declaração é dada após a imprensa italiana destacar que o guarda-corpo era antigo e não era substituído há muito tempo e, além disso, faltavam dois metros de cerca de proteção bem na área onde o ônibus caiu. As autoridades de Veneza, no entanto, rejeitaram com indignação os relatos.
"As declarações que li são inaceitáveis. O ônibus não caiu porque havia um buraco de um metro e meio na grade. Este buraco é uma abertura de segurança e manutenção, prevista na concepção original da estrutura", afirmou o conselheiro municipal de Transportes de Veneza, Renato Boraso.
Segundo ele, o desnível de um metro e meio estava previsto no projeto da época, na década de 1960, e cumpria o regulamento, tendo em vista que é um espaço de segurança destinado à manutenção ou para permitir a passagem de socorristas em caso de necessidade.
"O ônibus caiu 50 metros depois do desnível, depois de rastejar sobre o guarda-corpo, sem qualquer sinal de travagem ou desvio. Ou queremos dizer que, sem a 'lacuna', a barreira teria sustentado um veículo de 13 toneladas em movimento e desviando?", questionou.
Para Boraso, "as imagens de vídeo do acidente, captadas pelas câmeras, mostram claramente que o ônibus subiu até o viaduto e 'encostou' no guarda-corpo, que inicialmente resistiu, e depois rastejou por 50 metros, sem controle, sobre a barreira, até cair. Mas não caiu porque havia essa lacuna".
"Deixe a Justiça, e não os jornais, fazer as investigações", pediu ele, enfatizando que está disposto a proteger o nome da Câmara Municipal de Veneza contra o que considera interferências "vergonhosas".
Já o ministro dos Transportes e Infraestruturas, Matteo Salvini, garantiu que o acidente não foi culpa do guarda-corpo e alertou para "o perigo" das baterias do carros elétricos, porque "pegam fogo mais rápido do que outras formas de energia".
Ontem (4), a Câmara Municipal de Veneza anunciou a identidade dos 21 mortos - nove ucranianos, quatro romenos, três alemães, dois portugueses, um croata, um sul-africano e um italiano, que conduzia o ônibus - e confirmou que o acidente deixou 15 feridos, sendo 12 adultos e três menores. Do total, 10 estão em cuidados intensivos.
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