(ANSA) - As autoridades de Veneza identificaram nesta quarta-feira (4) os corpos de sete vítimas do acidente de ônibus que provocou a morte de ao menos 21 pessoas, incluindo duas crianças, no distrito de Mestre, no norte da Itália.
Segundo o prefeito de Veneza, Michele Di Bari, entre os mortos estão cinco cidadãos ucranianos, um alemão e um italiano, que era o motorista do veículo.
Já dos 15 feridos, quatro são ucranianos, dois alemães, um francês, um croata, dois espanhóis e dois austríacos, enquanto outras quatro pessoas ainda não foram identificadas.
No total, três são menores de idade, incluindo um bebê, uma ucraniana hospitalizada em Pádua e dois alemães em Treviso. A menina de três anos sofreu queimaduras graves e está em estado delicado.
De acordo com o governo, todos os feridos foram distribuídos em cinco centros médicos e o ônibus retirado do local. Os passageiros eram turistas que estavam hospedados no acampamento 'Hu' em Marghera.
"Por um lado temos a questão de identificar [todas] as vítimas, por outro temos que cuidar dos pacientes", declarou o governador do Vêneto, Luca Zaia.
O acidente ocorreu na noite da última terça-feira (3), quando o ônibus da empresa "La Linea" saiu da estrada e caiu perto de linhas ferroviárias no bairro de Mestre, que fica ligado a Veneza por uma ponte. Após a queda, o transporte pegou fogo.
Zaia revelou que uma das suspeitas é de que o motorista do transporte fez uma curva ruim e perdeu o controle, apesar de considerar prudente não cogitar hipóteses sobre o acidente. As autoridades locais também trabalham com a possibilidade de o condutor ter passado mal.
O conselho local e o governo regional do Vêneto solicitaram a declaração de luto de três dias. "É um momento de luto para todos, um momento de silêncio", afirmou ele, acrescentando que também foi pedido "bandeiras a meio mastro em toda a região".
Um vídeo da "sala de controle inteligente" da Prefeitura de Veneza mostra o ônibus no momento exato em que cai do viaduto. A câmera estava apontada para a base da rampa que vai de Mestre a Veneza e retrata o topo do viaduto.
Nas imagens é possível ver o veículo ao lado de outro ônibus, provavelmente parado no semáforo. Na sequência, ele se curva e cai, enquanto o outro aciona repentinamente o sinal de emergência.
Questionado se outro veículo estava envolvido no acidente, o prefeito de Veneza explica que "todas as possibilidades estão sendo analisadas pelo Ministério Público".
"Há rumores infundados sobre o incidente. Para compreender os fatos é preciso observar o que o poder judiciário está fazendo.
Todo o caso, do ponto de vista da polícia judiciária, é da responsabilidade do Ministério Público. Nada pode ser descartado, mas não há notícias sobre a dinâmica. Extensas investigações estão em andamento", concluiu Di Bari.
O ônibus elétrico envolvido no trágico acidente foi inaugurado há exatamente um ano, em outubro de 2022, informou à ANSA Massimo Fiorese, administrador da La Linea, empresa que gere o serviço de transporte entre Veneza e Marghera para turistas.
Luto
O prefeito de Veneza, Luigi Brgnaro, decretou luto oficial de três dias no município, até a próxima sexta (6), pelo acidente.
Segundo a prefeitura, até ao final do funeral das vítimas, a bandeira de Veneza ficará exposta a meio mastro em todos os edifícios municipais, juntamente com a bandeira da Itália e da União Europeia.
Já nas sedes municipais de Ca' Farsetti, em Veneza, e via Palazzo, em Mestre, livros de condolências vão ficar disponíveis a partir de hoje até sexta-feira para permitir que todos os cidadãos expressem as suas condolências pela terrível tragédia que assolou a cidade.
Brugnaro quer demonstrar de forma tangível e solene a dor da cidade pelo acidente. (ANSA)
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