(ANSA) - Após a derrota no Congresso com a retirada do texto da chamada "Lei Ómnibus", o governo do ultraliberal Javier Milei na Argentina agora pretende fechar as torneiras financeiras do estado para as províncias e governar tanto quanto possível via decreto, sem envolver o Parlamento.
A estratégia é o plano B para tentar arrumar as contas públicas e aplicar um choque de ordem na economia do país.
O plano A era o megapacote para desregulamentar a economia, mas após a aprovação dos primeiros artigos, que davam "superpoderes" ao inquilino da Casa Rosada, a coalizão ultraliberal La Libertad Avanza (LLA) decidiu interromper a tramitação na noite de terça-feira (6) devido à falta de acordo sobre pontos cruciais da iniciativa, como as privatizações.
A Câmara de Deputados já havia inclusive aprovado o texto-base da Lei Ómnibus, mas o impasse a respeito de diversos artigos forçou a retirada.
Após a derrota, o governo acusou a oposição que havia aceitado dialogar de "traição", enquanto Milei, em visita a Israel, disse que "a casta se opôs à mudança que os argentinos aprovaram nas urnas".
No entanto, ele tranquilizou os presentes, afirmando que a lei "representava apenas 25% dos cortes nos gastos" e que o governo identificou "pelo menos 3 mil reformas estruturais nas quais se pode avançar por decreto".
O porta-voz do governo, Manuel Adorni, expressou-se na mesma linha. "Infelizmente, agora o ajuste terá que ser maior e os governadores das províncias serão os mais afetados", afirmou.
"Será necessário rever cada uma das rubricas de despesa para cumprir o equilíbrio orçamentário", acrescentou.
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