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Massa tenta acuar Milei em último debate antes de eleição

Massa tenta acuar Milei em último debate antes de eleição

Candidato governista também exaltou raízes italianas

BUENOS AIRES, 13 novembro 2023, 08:51

Redação ANSA

ANSACheck

Javier Milei e Sergio Massa se enfrentaram em debate pela última vez antes de eleição © ANSA/EPA

(ANSA) - O candidato governista a presidente da Argentina, Sergio Massa, evocou suas raízes italianas para expor por que deseja liderar o país, enquanto o ultraliberal Javier Milei prometeu frear a "decadência" e o "populismo".

Os dois postulantes à Casa Rosada protagonizaram no domingo (12) o último debate do segundo turno, a uma semana da eleição mais incerta e tensa desde o retorno da democracia na Argentina.

"Quero ser presidente porque meus avós e meus pais chegaram aqui fugindo de uma guerra, e este país lhes deu tudo. Eles me ensinaram a amá-lo e protegê-lo", declarou Massa (União pela Pátria), filho de Alfonso Massa e Lucia Cherti, naturais de Niscemi, na Sicília, e Trieste, respectivamente.

"Quero ser presidente para ser um veículo contra a violência que se expressa no outro lado", acrescentou o candidato em suas considerações finais.

Por sua vez, Milei (A Liberdade Avança) disse que é o momento de os argentinos se perguntarem se querem "seguir esse caminho decadente, com cada vez mais pobres e indigentes".

Durante o debate, marcado por instantes ríspidos, Massa tomou a iniciativa e deixou seu oponente desconfortável em mais de uma ocasião. Em determinado momento, Milei ficou em silêncio, como se não tivesse argumentos, e deu um sorriso nervoso: "Cedo a palavra". Massa aproveitou e destacou que seu rival não tinha nada a dizer.

Os ataques do ultraliberal ao papa Francisco também foram tema do debate, e o ministro da Economia questionou se o ultraliberal se desculparia por ter chamado o líder católico de "representante do maligno".

"Não tenho problemas em pedir desculpas. Estamos dispostos a recebê-lo na Argentina com honras. Isso não é uma questão, bem como as Malvinas. Nós consideramos que as Malvinas são argentinas", rebateu Milei.

O ultraliberal também recuou de algumas propostas de campanha, como privatizar a saúde e a educação, ocasião em que Massa reiterou mais uma vez suas raízes italianas. "Apostamos na ascensão social para que um filho de imigrantes, como eu, possa fazer seus estudos universitários", disse o peronista.

Por outro lado, Milei reiterou a promessa de dolarizar a economia e fechar o Banco Central, além de indicar que não pretende manter diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva caso seja eleito, embora tenha negado o desejo de romper relações com o Brasil.

"Você faz parte de um governo no qual Alberto Fernández também não falava com Bolsonaro. Então qual é o problema se eu falo ou deixo de falar com Lula?", questionou.

Massa terminou o primeiro turno na frente de Milei (36,7% a 30%), porém todas as pesquisas desenham um cenário de empate técnico entre os dois candidatos, que buscam os votos dos últimos indecisos para chegar à vitória. (ANSA)

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