(ANSA) - O anúncio em Johanesburgo da entrada da Argentina no Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul) a partir de 1º de janeiro de 2024 tem inflamado os ânimos da campanha eleitoral presidencial do país, com declarações polêmicas dos candidatos.
O ultraliberal Javier Milei que venceu as primárias, e o ex-presidente conservador Mauricio Macri criticaram e condenaram a adesão ao grupo, considerado antiocidental.
A ex-ministra da Segurança e presidenciável Patricia Bullrich declarou que se for eleita "a Argentina não terá nada a ver com o Brics".
O atual presidente, Alberto Fernández, por outro lado, tem tentado fazer um convite ao pragmatismo.
O chanceler argentino, Santiago Cafiero, tentou acalmar os ânimos nesta sexta-feira (25), em entrevista à Radio 10 de Buenos Aires, pedindo que a oposição "não ideologize " o tema e examine "questões práticas e concretas, ou seja, as oportunidades de exportação para as economias regionais e os produtores argentinos.
Mesmo dentro do governo, a notícia da escolha pela Argentina foi recebida com surpresa, já que Buenos Aires vinha recebendo sinalizações de oposição, especialmente da Índia.
Com isso, nem Fernández nem o chanceler sequer foram à África do Sul para a cúpula do bloco.
Mas, graças ao empurrão diplomático do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, a Argentina enfim apareceu no elenco das seis nações pré-selecionadas, junto com Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã.
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