Um escândalo sexual sem precedentes está abalando o mundo político no Peru: o ex-chefe do Gabinete Jurídico e Constitucional do Parlamento Jorge Luis Torres Saravia foi colocado no centro de uma investigação por supostamente liderar uma rede de prostituição dentro do Congresso.
A denúncia inicialmente teria sido transmitida pelo canal de televisão Willax, após uma investigação jornalística, e posteriormente relatada pelas autoridades.
Segundo relatos, Luis Torres teria contado com a colaboração de Andrea Vidal Gómez, uma jovem advogada responsável por recrutar mulheres como falsas "secretárias" ou com funções fictícias de "conselheiras". No entanto, algo deu errado quando uma discussão entre os dois levou à demissão de Vidal no final de setembro, desencadeando uma série de acontecimentos cada vez mais sombrios.
Em 9 de dezembro, a advogada foi emboscada enquanto estava em um táxi. Os criminosos dispararam mais de 40 tiros contra o veículo, causando a morte instantânea do motorista e deixando gravemente ferida a mulher, que tentou resistir, mas morreu no hospital no último dia 17.
Inicialmente, a Polícia Nacional do Peru considerou que o alvo do ataque teria sido Vargas Briceño, cidadão estrangeiro que alugou o táxi para trabalhar. A principal hipótese era que os assassinos tentavam acertar contas, por suposta extorsão. No entanto, à medida que as investigações avançaram, as autoridades determinaram que o alvo do ataque era ela.
O Ministério Público informou que interveio no caso e, por meio da Procuradoria Especial para Crimes de Tráfico de Pessoas de Lima, abriu uma investigação preliminar contra Saravia por exploração sexual contra mulheres não identificadas.
De acordo com o presidente da Comissão de Controle da Câmara, Juan Burgos, citado pela imprensa peruana, a rede de prostituição não tinha fins lucrativos. Os serviços sexuais prestados aos políticos foram utilizados para convencê-los a votar seguindo as indicações de Torres, com base nos votos individuais colocados na agenda do Parlamento.
Diante das acusações, Jorge Torres negou qualquer envolvimento e indicou não ter responsabilidade direta na contratação de pessoal ligado aos acontecimentos. "Eu não os contrato diretamente. Isso é feito pelo departamento de recursos humanos.
Conheço alguns deles, mas vi os outros recentemente", declarou em sua defesa.
Até ao momento, os responsáveis pelo ataque não foram identificados nem o motivo confirmado.
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