(ANSA) - A Stellantis simulou um teste dinâmico em que mostra que um veículo que usa etanol também pode ser uma opção acessível para a descarbonização.
Para isso, o automóvel foi abastecido com etanol e comparado em tempo real com a mesma situação de rodagem em três alternativas: com gasolina tipo C (E27); 100% elétrico (BEV), abastecido na matriz energética brasileira, e 100% elétrico (BEV) abastecido na matriz energética europeia.
Na comparação, foram utilizadas metodologia e tecnologia de conectividade desenvolvidas pela Bosch, que consideram não apenas a emissão de CO2 associada à propulsão, mas as emissões correspondentes a todo o ciclo de geração e consumo da energia utilizada. É o conceito 'do poço à roda' (well-to-wheel) ou 'do campo à roda', no caso dos biocombustíveis.
Após o veículo percorrer 240,49 km, os resultados obtidos foram claros sobre a potencialidade do etanol, que emitiu cerca de 25,7 kg CO2eq. O valor ficou um pouco acima de da emissão de um veículo elétrico a bateria (BEV) que utiliza energia brasileira, que foi de 21,4 kg CO2eq.
A quantidade do etanol, inclusive, ficou abaixo do que emite um carro BEV, mas movido com energia europeia (30,4 kg CO2eq). Todas as três alternativas ficam bem baixo do que um veículo movido a gasolina emite, cerca de 60,6 kg CO2eq.
"Os resultados comprovam as vantagens comparativas da matriz energética brasileira, principalmente a importância dos biocombustíveis para uma mobilidade mais sustentável", analisou o presidente da Stellantis para a América do Sul, Antonio Filosa Até por isso, a Stellantis está trabalhando na opção estratégica de desenvolver no Brasil soluções, tecnologias e componentes para veículos híbridos que combinem etanol e eletrificação. Nesse sentindo, a empresa lançou a plataforma Bio-Electro, que está focada em três pontos: Academy (abrange informação, formação e recrutamento), Lab (incubação de ideias e desenvolvimento de ecossistema) e Tech ( materialização de soluções, da inovação e da localização da produção).
Em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (31), Filosa ainda ressaltou que para focar na descarbonização é primeiro preciso "pensar no problema", que são as emissões de CO2 atuais, e não apensas na tecnologia. E ressaltou que cada região do mundo pode enfrentar essa questão de formas diferentes, com um mix de energias capazes de serem menos poluentes.
"E o etanol é brasileiro. Gera riqueza, gera desenvolvimento social, melhora a qualidade de vida da comunidade. Não tem porque não usá-lo", acrescentou. Filosa ainda ressaltou a potencialidade que o Brasil, e também a América do Sul, tem para desenvolver uma indústria de matérias-primas capazes de atender esse mercado de eletrificação com o fornecimento, por exemplo, de lítio e cobre.
Conforme comunicado, a Stellantis na América do Sul "é parte ativa do plano estratégico de longo prazo Dare Forward 2030 e trabalha para atingir regionalmente as metas de descarbonização" e que o processo de descarbonização no Brasil "se dá em uma realidade específica e distinta de outras regiões do planeta".
"A matriz energética [brasileira] é mais sustentável, devido ao uso de biocombustíveis e da geração de energia elétrica por meios renováveis. Esta característica da matriz energética abre para o país um leque de opções de soluções de mobilidade, em condições privilegiadas. O etanol é um forte aliado na redução das emissões de CO2 no Brasil. Sua combinação com a eletrificação pode ser uma alternativa competitiva de transição para a difusão da eletrificação a preços acessíveis, além da capacidade de a empresa atingir as metas de emissões", acrescenta a nota.
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