O governador do Banco Central da Itália, Fabio Panetta, enfatizou nesta sexta-feira (31) a importância dos trabalhadores migrantes para o mercado de trabalho italiano, em meio a um declínio demográfico ligado à queda da taxa de natalidade do país.
A informação consta nas "Observações Finais" na apresentação do Relatório Anual do Banco Central para 2023.
Segundo Panetta, embora os aumentos nas taxas de emprego "poderiam contrabalancear os efeitos do declínio populacional e manter inalterado o número de pessoas empregadas, também é possível que o apoio ao emprego (virá) de um fluxo maior de imigrantes legais do que o hipotetizado pelo Istat".
O italiano explicou que a chegada de trabalhadores migrantes "terá de ser gerida, em coordenação com outros países europeus", e disse que as "medidas de integração" precisam ser "fortalecidas".
Panetta também lamentou o impacto dos jovens que deixaram a Itália em busca de "melhores perspectivas de emprego no exterior", dizendo que 525 mil emigraram entre 2008 e 2022.
"Este êxodo enfraquece a dotação de capital humano do nosso país", disse ele, acrescentando que a Itália "não está condenada à estagnação". A recuperação registrada após a crise pandêmica foi superior ao previsto e à das outras grandes economias da região, mas também alertou que "não devemos ter ilusões".
"A nossa economia ainda sofre de problemas graves, alguns deles profundamente enraizados e difíceis de resolver", concluiu ele, fazendo referência ao subdesenvolvimento do sul da Itália e à elevada dívida pública.
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