Os trens entre Itália e França não circularão até o verão de 2024. O anúncio foi feito na última sexta-feira (29) pelo prefeito de Savoia, François Ravier, e pela empresa ferroviária francesa Sncf.
A circulação ferroviária ao longo da linha histórica está interrompida desde 27 de agosto devido a um deslizamento de terra no território de Maurienne e, segundo as autoridades francesas, os trabalhos de restauração, inicialmente previstos para serem concluídos até novembro, não serão finalizados antes do verão de 2024.
Assim, os TGV (da Sncf) e os Frecciarossa (da Trenitalia) entre Paris e Milão, bem como os 170 trens de carga que utilizam essa linha a cada semana, serão interrompidos pelo menos até junho.
"Espero que o Frejus reabra o mais rápido possível para os trens italianos", afirma o ministro dos Transportes, Matteo Salvini, lembrando a colaboração com o governo francês para o Monte Branco, onde as obras de manutenção, segundo ele, "foram repensadas e reajustadas sem fechamentos prolongados que não podemos nos dar ao luxo".
A longa interrupção do tráfego ferroviário entre Itália e França causa preocupação no mundo econômico em Turim. "É fácil prever graves repercussões para a região, com um aumento significativo no transporte rodoviário e o consequente congestionamento do trânsito", explica Dario Gallina, presidente da Câmara de Comércio de Turim e da associação AlpMed.
"É necessário fazer todos os esforços necessários para acelerar os trabalhos de restauração da linha, a fim de resolver um problema que não se limita apenas à região francesa envolvida, mas impacta fortemente as rotas de longa distância entre os dois países", acrescenta Gallina.
Os transportadores da FAI explicam que "muitas empresas estão enfrentando dificuldades e foram obrigadas a recorrer ao programa de ajuda para o desemprego e outros apoios sociais disponíveis, mas não poderão ser sustentadas por um período tão longo".
Para a Câmara de Comércio de Turim, a perspectiva do fechamento da linha ferroviária por um ano representa um risco de desertificação total da intermodalidade ferroviária entre Itália e França e causa um dano incalculável para a economia transfronteiriça.
O Comitê Transalpino Lyon-Turim fala de "consequências ecológicas e econômicas desastrosas": "Em vez de longos e caros desvios ferroviários pela Suíça, a maioria dos fluxos provavelmente se voltará para o avião e, principalmente, para a estrada, com mais caminhões, ônibus e carros nas já congestionadas autoestradas alpinas e um custo de carbono que promete ser elevado".
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