O governo da França anunciou nesta quinta-feira (14) que está usando "todos os meios" para bloquear a conclusão do acordo entre a União Europeia (UE) e o Mercosul.
A declaração foi dada pelo ministro da Economia, Antoine Armand, após agricultores franceses contestarem o acordo comercial e prometerem novos protestos e manifestações em todo o país.
"Utilizaremos todos os meios, incluindo meios institucionais e de voto a nível europeu, para que o Mercosul, tal como concebido atualmente, não passe", assegurou o político francês, em entrevista à SudRadio.
Segundo o ministro, o governo de Emmanuel Macron também está tentando "convencer" os seus "parceiros que às vezes podem hesitar''.
Ontem (13), o primeiro-ministro da França, Michel Barnier, já havia declarado que seu país não aceitará o acordo comercial entre a UE e o Mercosul "nas condições atuais".
A declaração do chefe de governo francês foi feita durante uma reunião com a presidente do poder Executivo da UE, Ursula von der Leyen.
"Eu disse para a presidente que, nas condições atuais, este acordo não é aceitável para a França. Recomendo não ignorar a posição de um país como a França", afirmou.
As negociações do acordo chegaram a ser finalizadas em 2019, mas foram reabertas no início do ano passado, após o Mercosul, especialmente o Brasil, rechaçar novas exigências ambientais por parte de Bruxelas.
O acordo, porém, enfrenta resistência no bloco europeu, sobretudo em setores agrícolas, que temem a concorrência de produtos mais competitivos da América do Sul. A expectativa é de que as negociações podem ganhar novo impulso durante a cúpula de líderes do G20, no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro.
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