(ANSA) - A arquidiocese católica de São Francisco, na Califórnia, nos Estados Unidos, apresentou nesta segunda-feira (21) um pedido de falência, e declarou impossibilidade de lidar com os custos de mais de 500 processos judiciais por abusos sexuais contra menores.
"A medida é necessária para gerir e resolver as causas legais por suposto abuso sexual a menores, após a aprovação da lei 'California Assembly Bill 218', que permitiu que até 31 de dezembro de 2022 fossem apresentadas denúncias de casos de décadas atrás, que sem isso estariam prescritos", disse a arquidiocese em seu site.
O pedido foi apresentado em nome do arcebispo Salvatore J. Cordileone no Tribunal de Falências da Califórnia, considerando a falência como "a melhor solução para oferecer uma compensação justa aos sobreviventes inocentes e a todos que foram prejudicados".
No início do mês, a Diocese já havia sinalizado para a possibilidade de uma recuperação judicial, mas destacou os esforços do Vaticano para manter as atividades apesar do colapso financeiro.
"A falência interromperá todas as ações legais enquanto a arquidiocese desenvolve um plano de reorganização baseado em seus bens e na cobertura de seguro, disponível para distribuir às vítimas", disse o pedido.
"A triste realidade é que não temos nem os meios financeiros nem a capacidade prática para discutir individualmente todas as denúncias. É o modo para solucionar o necessário aos sobreviventes, mas permitindo que a Igreja continue sua sagrada missão para com os fiéis e necessitados", concluiu Cordileone.
Segundo o religioso, a maior parte dos abusos data entre as décadas de 60 e 80, e envolveram sacerdotes que desde então já morreram ou foram expulsos da Igreja.
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