(ANSA) - O papa Francisco realizou na manhã deste domingo (6), no parque Tejo, em Lisboa, da missa de encerramento da edição de 2023 da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e pediu que os jovens "não tenham medo" da vida.
"Ele [Jesus] diz a todos hoje, aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude: não tenham medo! Não tenham medo, animem-se, não tenham medo!", apelou, na homilia da celebração recebida com uma salva de palmas de peregrinos do mundo todo.
Perante 1, 5 milhão de jovens, todos os quais participaram de uma vigília no local desde ontem à noite, o Papa falou aos jovens sobre a "luz necessária na vida".
"Amigos, também nós precisamos de alguns lampejos de luz que sejam esperança, de tantas derrotas diárias", acrescentou.
Segundo o argentino, a luz que "veio para iluminar o mundo é Jesus. Ele é a luz que nunca se põe e brilha mesmo de noite".
Francisco advertiu que ninguém se torna "luminoso" quando se coloca "debaixo dos holofotes" ou apresenta uma "imagem perfeita", "forte".
"Brilhamos quando, acolhendo Jesus, aprendemos a amar como Ele. Amar como Jesus, isso nos faz luminosos, faz de nós obras de amor", sustentou.
O Papa falou ainda do verbo "escutar", considerando que ouvir Jesus representa "tudo o que se deve fazer na vida". "Escutar Jesus, o segredo está aí, escutar o que de diz Jesus", prosseguiu ele, recomendando que cada jovem possa pegar no Evangelho para encontrar "palavras de vida eterna".
Para o líder da Igreja Católica, "ele revela que Deus é Pai, é amor. Ele nos revela o caminho do amor".
A homilia advertiu também para "caminhos que parecem ser do amor", mas que no fim são "egoísmos disfarçados de amor".
Em sua mensagem, Francisco voltou a convidar toda a juventude a não ter medo de sua própria fragilidade, de seu sentimento de inadequação, porque o mundo precisa dos jovens. "O mundo precisa de vocês".
O religioso a se referiu aos jovens que cultivam grandes sonhos, mas muitas vezes são obscurecidos pelo medo de não vê-los realizados; aos jovens, que às vezes pensam que não conseguem, que não são capazes e existe um pessimismo".
"A vocês, jovens, tentados neste tempo a desanimar, a julgar-vos insuficientes ou a esconder a vossa dor mascarando-a com um sorriso; a vós, jovens, que querem mudar o mundo, e está tudo bem que vocês querem mudar o mundo, e lutar pela justiça e pela paz; a vocês, jovens, que colocam seu esforço e imaginação nisso, mas parece que não são suficientes", afirmou.
Além disso, citou "os jovens, dos quais a Igreja e o mundo precisam bem como da terra e da chuva. "Jovens, que são o presente e o futuro, sim, precisamente de vocês. Jesus diz: 'Não tenham medo".
Já durante a oração do Angelus, o Papa dirigiu um pensamento aos jovens que "não puderam vir" à JMJ "por causa dos conflitos e das guerras", tantos no mundo.
Referindo-se ao continente europeu, Jorge Bergoglio expressou "uma grande dor pela querida Ucrânia, que continua sofrendo muito", e revelou seu grande sonho.
"Amigos, permitam-me, um velho, compartilhar com vocês, jovens, um sonho que carrego dentro de mim: é o sonho da paz, o sonho dos jovens que rezam pela paz, vivem em paz e constroem um futuro de paz", disse.
Por fim, o Santo Padre pediu para que todos os presentes voltem para casa e continuem a rezar pela paz porque os jovens são a esperança de um mundo melhor.
"Você é um sinal de paz para o mundo, um testemunho de como nacionalidades, línguas e histórias podem se unir em vez de dividir. Você é a esperança de um mundo diferente", concluiu o Pontífice, que, simbolicamente, entregou uma Cruz da JMJ 2023 a jovens dos cinco continentes, como sinal de envio missionário.
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