(ANSA) - O papa Francisco ofereceu seu apoio formal para uma tentativa de reaproximação entre os líderes das igrejas ortodoxas russa e ucraniana, informou a revista "National Catholic Reporter" nesta sexta-feira (24).
Segundo a publicação, o Conselho Ecumênico das Igrejas (WCC), organização que reúne mais de 350 igrejas em 120 países, está propondo uma espécie de negociações de paz entre os dois grupos de ortodoxos, que romperam por conta da guerra iniciada pela Rússia na Ucrânia em fevereiro do ano passado.
Por conta das posições de defesa do presidente Vladimir Putin, o patriarca russo Cirilo I, se afastou ainda mais das lideranças ucranianas e também entrou em crise - apesar de não romper laços - com a igreja de Constantinopla. Além disso, Cirilo e o pontífice tiveram as relações abaladas por conta da defesa da guerra feita pelo russo.
Em entrevista à revista, o secretário-geral da WCC, reverendo Jerry Pillay, informou que se encontrou com o Papa no Vaticano na quinta-feira (23) e que ele "deu sua bênção" ao encontro. "O Papa expressou a preocupação, como nós temos, de que as Igrejas estão aparentemente muito divididas por causa de questões políticas", revelou ainda Pillay.
Os planos provisórios para essa tentativa de normalização preveem um encontro de um dia com os líderes ucranianos, seguido por um só com os ortodoxos russos e depois uma mesa redonda com todos os envolvidos no último dia. A ideia é realizar o evento em Genebra, onde o WCC tem sua sede.
"As pessoas estão exaustas pelo que está acontecendo no mundo e pela guerra implacável que continua", acrescentou Pillay afirmando que o tema do vértice será "como podemos nos elevar acima dessas coisas e responder a isso com o Evangelho cristão perante a nós?".
O reverendo ainda pontuou que, por conta das posições políticas de defesa da guerra de Cirilo, muitos membros do WCC pediram que a Igreja Ortodoxa Russa fosse expulsa do quadro de participação. Mas, essas tentativas foram rechaçadas pelo conselho central.
"Consideramos que fornecemos uma plataforma para pontos de vista diferentes e continuamos a encorajar o diálogo até quando o diálogo não for exaurido. Se nós os colocamos à mesa, podemos conversar. Se não os tivermos na mesa, então é uma causa perdida", finalizou.
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