(ANSA) - O papa Francisco cobrou o fim da discriminação contra as mulheres no mercado de trabalho durante um encontro com membros do Instituto Nacional de Seguro de Acidentes de Trabalho da Itália (Inail) nesta quinta-feira (9) no Vaticano.
"Os empregadores têm medo que elas engravidem e por isso acham que não devem contratá-las. E quando uma mulher começa a engordar, acham melhor mandá-la embora. Nós precisamos lutar contra isso", disse aos dirigentes e membros do instituto.
Francisco ainda criticou a "obsessão" atual que existe pela produtividade e pediu que haja uma mudança de mentalidade.
"É preciso, infelizmente, considerar que há um aspecto da cultura do descarte que é a tendência de culpar a vítima. Esse é um sinal da pobreza humana na qual arriscamos fazer as relações caírem se perdermos a rede de hierarquia de valores, que tem como primeiro ponto a dignidade da pessoa humana. O cuidado pela qualidade do trabalho, como pelos locais e pelos transportes, é fundamental se quisermos promover a centralidade da pessoa. Quando se degrada o trabalho, se enfraquece a democracia e se afastam as ligações sociais", acrescentou.
Para o líder católico, os cuidados com as normativas de segurança "não podem nunca ser vistos como um peso ou um fardo inútil" porque só percebemos a gravidade disso "quando a saúde falta".
"Uma pessoa não é um número. Na nossa sociedade, nos acostumamos a usar muitos adjetivos, mas arriscamos perder a cultura do substantivo", pontuou ainda.
Essa não é a primeira vez que o chefe da Igreja Católica faz alertas sobre a questão das mulheres e da segurança no trabalho. O tema é recorrente, especialmente, quando Francisco se reúne com entidades de classe italianas ou católicas.
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