O papa Francisco voltou a condenar o aborto durante uma entrevista dada ao canal de streaming Vix, da emissora mexicana Televisa, e falou sobre a decisão recente da Corte Suprema dos Estados Unidos sobre o tema.
Segundo o líder católico, "é totalmente injusto eliminar uma vida humana" e que também é possível justificar isso "partindo de dados científicos".
Então, quando questionado sobre a postura do presidente Joe Biden, que é católico e que defende o direito das mulheres ao acesso ao aborto seguro, o Papa pediu um exame de consciência.
"Deixo à sua consciência, que fale com seu bispo, com o seu pastor, com o seu pároco sobre essa incoerência", acrescentou.
No entanto, reforçou sua posição sobre a questão dos bispos que queriam se negar a dar a Eucaristia para políticos que defendam o aborto seguro. Jorge Mario Bergoglio reforçou que há uma "polarização" nos EUA e que os "pastores devem sempre cuidar da dimensão pastoral, do contrário, se cria um problema político".
Recentemente, a presidente da Câmara dos Representantes, a democrata Nancy Pelosi, participou de uma missa no Vaticano e recebeu a comunhão normalmente. Mas, os bispos norte-americanos queriam impor regras para vetar o acesso ao sacramento para os políticos.
A decisão do Supremo, emitida em 24 de junho, reverteu 70 anos de entendimento judicial e determinou que são os estados quem deve decidir sobre o acesso ou não ao aborto - 13 deles já proibiram a prática. Em alguns, a lei proíbe até em casos de estupro ou incesto.
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