O governo da Rússia afirmou nesta quarta-feira (6) que ainda não houve "contatos concretos" para organizar uma visita do papa Francisco a Moscou.
A declaração chega cerca de dois meses depois de o líder da Igreja Católica ter revelado que fez chegar ao presidente Vladimir Putin a mensagem de que ele estaria disposto a ir à Rússia para falar sobre a guerra na Ucrânia.
"Tal visita deveria ser elaborada e precedida por preparativos, mas, pelo que eu sei, não há contatos substanciais nesse sentido", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
No início de maio, o Papa contou ao jornal italiano Corriere della Sera que gostaria de visitar Moscou e se reunir com Putin antes de ir à Ucrânia. "Claro, seria necessário que o líder do Kremlin abrisse alguma janela. Ainda não tivemos resposta e estamos insistindo, ainda que eu tema que Putin não possa ou não queira fazer esse encontro neste momento", afirmou Francisco na ocasião.
O pontífice reiterou esse desejo em entrevista divulgada pela Reuters nesta semana. "Eu gostaria de ir [à Ucrânia] e gostaria de ir a Moscou primeiro", declarou Jorge Bergoglio, acrescentando que essa dupla missão pode acontecer após sua viagem ao Canadá, no fim de julho.
"A primeira coisa é ir à Rússia para tentar ajudar de alguma maneira, mas eu gostaria de ir às duas capitais", acrescentou.
Francisco já condenou a invasão russa à Ucrânia em diversas ocasiões e afirmou que o país é alvo da "intervenção direta" de uma "superpotência", mas sem jamais citar Moscou ou Putin nominalmente. (ANSA)
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