Em meio a negociações para os cargos de comando da União Europeia, o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, visitou nesta segunda-feira (24) a primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, no Palazzo Chigi, sede do governo de Roma.
Os dois líderes mantiveram uma reunião bilateral por cerca de uma hora e meia.
A Hungria se prepara para assumir a presidência de turno da União Europeia, enquanto a Itália tenta se posicionar mais firmemente no bloco após a vitória do partido Irmãos da Itália (FdI) de Meloni nas eleições ao Parlamento Europeu.
Meloni afirmou "compartilhar as prioridades" de Orbán, "começando pela decisão de abordar o desafio demográfico", enquanto o líder de Budapeste respondeu que apoiará "tudo o que a primeira-ministra propôs" em relação à migração, pois "ou há um projeto de desenvolvimento para a África ou teremos uma migração em massa que não poderemos gerenciar".
Os dois também têm pontos em comum no que diz respeito à defesa e à competitividade.
A divergência mais importante, contudo, diz respeito à guerra entre Rússia e Ucrânia. Enquanto a Itália apoia o governo de Kiev e mantém diálogo com o Partido Popular Europeu (PPE) de Ursula von der Leyen para apoiar a reeleição da atual presidente do Executivo da UE em troca de uma posição de destaque na Comissão, a discordância sobre a questão do conflito empurrou a Hungria para a oposição.
Os dois líderes, porém, consideram crucial o apoio mútuo no bloco continental.
"A Itália é um dos nossos aliados mais importantes na busca de nossos objetivos em migração e competitividade. Obrigado pela sua hospitalidade, primeira-ministra Giorgia Meloni!", escreveu Orbán no X (antigo Twitter) durante o encontro.
Após a reunião, ele disse que os dois não discutiram questões partidárias.
"Nossas posições nem sempre coincidem, mas aprecio a posição húngara na UE e na OTAN que permite aos aliados tomar decisões importantes mesmo quando não estão de acordo. Com Viktor, reafirmamos nosso apoio à independência e soberania da Ucrânia", disse Meloni.
Através principalmente do chanceler e vice-premiê, Antonio Tajani, a Itália mira nomear um comissário de destaque que fique na vice-presidência da Comissão Europeia.
O nome mais cotado no momento é o de Raffaele Fitto, atualmente ministro dos Assuntos Europeus e PNRR (Plano Nacional de Retomada e Resiliência), Raffaele Fitto, mas Meloni ainda não decidiu se está disposta a prescindir dele no governo.
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