(ANSA) - Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) se reuniram nesta segunda-feira (2) em Kiev, capital da Ucrânia, para um encontro "histórico" e inédito fora dos territórios do bloco sobre a guerra russa.
A reunião ocorre em meio aos esforços na luta contra a invasão russa à Ucrânia, deflagrada desde o dia 24 de fevereiro de 2022, e à tentativa do governo de Volodymyr Zelensky de entrar no bloco europeu.
"Estamos aqui, convocados para uma reunião histórica dos ministros das relações Exteriores na Ucrânia, país candidato e futuro membro da UE", escreveu o alto representante de Política Externa do bloco, Josep Borrell, nas redes sociais.
O chefe da diplomacia da UE enfatizou ainda que todos estavam presentes para "expressar solidariedade e apoio ao povo ucraniano". "O futuro da Ucrânia está na UE", concluiu.
Já Dmytro Kuleba, chanceler ucraniano e anfitrião do evento, disse estar "extremamente feliz" por acolher em Kiev o Conselho de Relações Exteriores da UE, "um fato histórico".
Para a ministra francesa, Carherine Colonna, "nossa presença em Kiev é uma mensagem diplomática excepcional" e uma resposta para o regime de Vladimir Putin, principalmente porque "mostra que a Ucrânia faz parte da família europeia e que acompanharemos na sua luta rumo à Europa".
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores da Itália, explicou que o grupo pretende promover um debate entre os ministros da UE e as autoridades ucranianas, também no que diz respeito à reconstrução do pós-guerra.
Segundo fontes diplomáticas, o chanceler italiano, Antonio Tajani, afirmou que a Ucrânia pode contar com o apoio de seu governo em sua batalha pela liberdade.
Tajani teria reiterado que Roma está "fortemente empenhada" em ajudar a reconstrução do país, dizendo que isso estaria entre as prioridades da presidência italiana do G7 no próximo ano, e que apoia a adesão da Ucrânia à União Europeia.
Além disso, garantiu que pretende trabalhar para aumentar o consenso sobre a fórmula de paz de 10 pontos de Zelensky, mas envolvendo outros atores globais, como Índia, Brasil, China, países africanos, com o objetivo de chegar a uma paz "justa".
O ministro italiano planeja "o compromisso com a reconstrução e a estabilidade econômica no quadro da próxima presidência do G7 e como organizadores da conferência internacional sobre a reconstrução em 2025 e para a conservação do patrimônio cultural, como a Catedral de Odessa".
Para Tajani, "a perspectiva de adesão à UE que apoiamos continua a ser central, para a qual Kiev também deve fazer a sua parte com reformas internas (no domínio do Estado de direito, sistema judicial, anticorrupção e transparência) em ordem para poder iniciar a negociação no próximo ano".
Paralelamente, o vice-premiê da Itália se reuniu com Zelensky e afirmou que seu país trabalha no oitavo pacote de armas destinado a Kiev.
A conversa entre os líderes ocorreu em “um espírito de grande e especial amizade mútua entre os governos”.
Na ocasião, o chanceler italiano garantiu apoio concreto da Itália no caminho da Ucrânia para a adesão à UE, com auxílio de algumas instituições, como, por exemplo, por meio da Guarda de Finanças.
Além disso, no encontro bilateral, um dos poucos que o líder ucraniano teve à margem do Conselho de Chanceleres da UE em Kiev, Tajani reforçou que a Itália está disposta a ajudar a Ucrânia na proteção das infraestruturas tendo em vista o próximo inverno.
Por fim, o chefe da Farnesina confirmou que a Ucrânia será a prioridade da agenda italiana do G7, enquanto Zelensky saudou a declaração de hoje sobre o patrocínio italiano para a reconstrução de Odessa. (ANSA)
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