(ANSA) - Automóveis sobrecarregados de malas e lembranças, levando famílias armênias inteiras amontoadas, com os rostos cansados e assustados. Assim está a onda de civis em direção à Armênia buscando refúgio, fugindo da região do Nagorno-Karabakh, no Azerbaijão, enclave separatista de maioria armênia derrotada na semana passada durante uma ofensiva azeri.
Mais de 28 mil já conseguiram cruzar a fronteira, em um êxodo forçado e massivo que, segundo a França, acontece "sob o olho cúmplice da Rússia", que empregava desde 2020 uma força de manutenção da paz na região. Os números continuam subindo a cada hora.
Bruxelas, que acompanha de perto a crise no Cáucaso meridional, anunciou que na reunião desta terça-feira (26) entre os conselheiros diplomáticos de Paris, Berlim, Erevan e Baku, junto do enviado da União Europeia para a região, Toivo Klaar, "houve uma intensa troca de opiniões sobre a importância de um possível encontro" entre os dois líderes, da Armênia e do Azerbaijão.
Isso pode acontecer na reunião da cúpula da Comunidade Política Europeia, prevista para o dia 5 de outubro, em Granada.
"São necessárias ações concretas e soluções de compromisso decisivas em todas as frentes do processo de normalização", disse um porta-voz do Conselho Europeu, destacando que o encontro na Espanha deve servir para os dois países reforçarem seus empenhos pela integridade e soberania de seus países.
A crise também está sob acompanhamento dos dois grandes atores regionais, a Rússia e o Irã, cujos presidentes, Vladimir Putin e Ebrahim Raisi, tiveram nesta terça uma "detalhada troca de visões sobre a situação".
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha segue em alerta para a região, falando em "tragédia absoluta" e crise humanitária no enclave, especialmente após a explosão em um depósito de combustíveis que matou, pelo que se sabe até o momento, 68 pessoas.
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