Cerca de 500 migrantes foram resgatados em uma operação de busca e socorro coordenada pela Itália na costa da Sicília, no sul do país, nesta segunda-feira (7).
Mais de 250 foram levados em embarcações da Guarda Costeira para Augusta, enquanto o restante, que inclui sobretudo mulheres e menores de idade, será transferido para Pozzallo - ambas as cidades ficam na Sicília.
Os deslocados internacionais estavam em um barco superlotado que partira três dias atrás da Líbia, no norte da África. Como os migrantes foram resgatados pela própria Itália, não deve se repetir o impasse verificado com quatro navios de ONGs humanitárias que operam no Mediterrâneo.
São eles: Geo Barents, de Médicos Sem Fronteiras, que socorreu 572 migrantes no mar; Ocean Viking, da SOS Méditerranée, com 234; Humanity 1, da SOS Humanity, com 179; e Rise Above, da Mission Lifeline, com 90.
Até o momento, a Itália já autorizou o desembarque de 502 pessoas salvas pelo Geo Barents e pelo Humanity 1, que estão atracados no porto de Catânia, um contingente formado sobretudo por menores de idade e suas famílias.
No entanto, os navios de MSF e da SOS Humanity ainda abrigam 214 e 35 migrantes, respectivamente, que foram impedidos de descer, enquanto as outras duas embarcações sequer receberam autorização para atracar.
Normas internacionais de navegação determinam que pessoas resgatadas em alto mar sejam levadas ao porto seguro mais próximo, mas a Itália quer que os países de origem dos navios humanitários - Alemanha e Noruega - se responsabilizem pelos migrantes.
A linha dura contra as ONGs é capitaneada pelo ministro da Infraestrutura Matteo Salvini, responsável pela gestão dos portos italianos.
De acordo com o Ministério do Interior, 87,4 mil deslocados internacionais já desembarcaram na Itália em 2022, crescimento de 61% em relação ao mesmo período do ano passado. Os principais países de origem são Egito (17,7 mil), Tunísia (16,9 mil), Bangladesh (12,3 mil), Síria (6,4 mil) e Afeganistão (6,1 mil). (ANSA)
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