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Tribunal adia processo contra Berlusconi mais uma vez

Tribunal adia processo contra Berlusconi mais uma vez

Defasa usou eleição para presidente e pandemia como argumentos

MILÃO, 20 de janeiro de 2022, 08:52

Redação ANSA

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Berlusconi é acusado de corrupção de testemunhas - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

Berlusconi é acusado de corrupção de testemunhas - TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

O Tribunal de Milão adiou nesta quarta-feira (19) a continuação de um processo contra o ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi por corrupção de testemunhas.

A próxima audiência estava marcada para 26 de janeiro, porém foi transferida para 16 de fevereiro devido à pandemia e à eleição para presidente da República, que começa no próximo dia 24 e tem o próprio Berlusconi como candidato.

Segundo o advogado de defesa Federico Cecconi, a Covid-19 está "criando problemas de organização das testemunhas". Inicialmente, estavam listadas 104 testemunhas de defesa, número que depois caiu para 35.

Em troca do adiamento, os advogados do ex-primeiro-ministro prometeram reduzir essa lista ainda mais e concluir seus interrogatórios nas próximas duas audiências, em 16 e 23 de fevereiro.

Em sua argumentação, Cecconi também lembrou que a audiência de 26 de janeiro aconteceria durante as "primeiras sessões para a eleição de presidente da República", que é feita no Parlamento.

"Digo isso prescindindo do fato de que o doutor Berlusconi possa ser candidato, mas é uma razão de oportunidade para avaliar o adiamento, com a óbvia suspensão dos prazos de prescrição", declarou.

O caso

Berlusconi é réu no Tribunal de Milão em um processo por corrupção judiciária, acusado de subornar garotas de programa que participavam das noitadas em suas mansões - apelidadas de "bunga-bunga" - para que elas mentissem à Justiça.

O processo é conhecido como "Ruby ter" e também conta com desmembramentos em outras províncias da Itália, como Roma, Turim, Pescara, Treviso, Monza e Siena - nesta última, o ex-premiê foi absolvido em primeira instância em outubro do ano passado.

O nome "Ruby" faz referência à modelo ítalo-marroquina Karima el Mahroug, pivô do escândalo sexual que abalou a imagem do ex-premiê. Entre 2010 e 2014, Berlusconi teria gastado mais de 10 milhões de euros para manipular testemunhas em seus julgamentos, segundo o Ministério Público.

O processo em Milão, no entanto, já foi adiado diversas vezes por causa da pandemia de Covid-19 e de alegados problemas de saúde de Berlusconi, que nos últimos dois anos teve recorrentes internações antes de audiências.

Com 85 anos de idade, o ex-primeiro-ministro vem tentando emplacar sua candidatura a presidente da República, mas hoje está longe de conseguir reunir os votos necessários no Parlamento. (ANSA)

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