Dezenas de personalidades da Itália assinaram um manifesto pedindo para os partidos políticos elegerem pela primeira vez uma mulher como presidente da República.
O atual dono do cargo, Sergio Mattarella, conclui seu mandato de sete anos no dia 3 de fevereiro, e o Parlamento será convocado em janeiro para escolher um substituto - na Itália, o chefe de Estado é eleito por deputados, senadores e delegados das 20 regiões do país.
Até o momento, no entanto, o mais cotado para ocupar a Presidência é o premiê Mario Draghi, o que colocaria a Itália no caminho de eleições antecipadas, já que dificilmente outro chefe de governo conseguiria manter unida uma coalizão tão heterogênea, que vai da esquerda à extrema direita.
O manifesto é assinado por dezenas de mulheres, como a cantora Fiorella Mannoia, as escritoras Dacia Maraini e Edith Bruck, a dramaturga Michela Murgia e a cineasta Liliana Cavani, e se dirige "às forças políticas chamadas a votar para o próximo presidente da República".
"Existem na Itália mulheres que por títulos, méritos, experiência e equilíbrio podem muito bem representar a nação no nível máximo. Não é esse o lugar para elencar nomes, mas muitas mulheres obtiveram estima, confiança e admiração em cargos públicos, e nos recusamos a pensar que essas mulheres não tenham o carisma, a competência, as capacidades e a respeitabilidade para expressar a mais alta forma de reconhecimento", diz o apelo.
Segundo as signatárias, "não existem razões aceitáveis para adiar mais uma vez essa escolha". "Acreditamos que chegou o momento de dar concretude àquela ideia de paridade de gênero, tão compartilhada e apoiada pelas forças mais democráticas e progressistas do nosso país. Fala-se de democracia de gênero, mas, sob este ponto de vista, a Itália é uma democracia amplamente incompleta", acrescenta o texto.
O país nunca teve uma mulher como presidente da República nem como premiê, e também são raras aquelas em posição de liderança nos partidos.
Entre as mulheres cotadas para uma possível candidatura a chefe de Estado estão a ex-ministra das Relações Exteriores Emma Bonino, 73, a atual ministra da Justiça e ex-presidente da Corte Constitucional, Marta Cartabia, 58, e a mandatária do Senado, Elisabetta Casellati, 75. (ANSA)
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