O Mediobanca, um dos principais bancos de investimentos da Itália, criticou nesta terça-feira (28) uma oferta pública apresentada na semana passada pelo Monte dei Paschi di Siena (MPS), tido como a instituição bancária mais antiga do mundo ainda em atividade.
Segundo comunicado do Mediobanca, o conselho de administração considerou a proposta do MPS "fortemente destrutiva" e "contrária aos interesses" da empresa, além de ter sido apresentada de forma "hostil".
"Sem prejuízo do fato de que o Mediobanca se pronunciará sobre a oferta nos prazos, instrumentos e modalidades previstos na lei, o conselho de administração considera que a proposta é desprovida de racionalidade industrial e financeira", diz a nota.
O MPS ofereceu 13,3 bilhões de euros (R$ 81 bilhões) pelo controle total do Mediobanca, por meio de uma oferta pública de troca, ou seja, pagando em ações. A proposta é de 23 papéis do Monte dei Paschi di Siena para cada 10 do Mediobanca.
De acordo com o MPS, a operação criaria um "novo campeão nacional no setor bancário italiano, se colocando em terceiro lugar em segmentos chaves, com uma forte complementaridade de produtos e serviços e um mix de negócios altamente diversificado e resiliente".
Fundado em 1472, em Siena, o banco chegou a ficar à beira da falência em 2017 devido à elevada presença de créditos deteriorados - empréstimos que dificilmente serão pagos - em sua carteira, mas foi socorrido pelo Estado italiano, que agora é seu principal acionista individual, com quase 12% de participação.
O mercado recebeu o comunicado do Mediobanca de forma negativa, com queda de 3,91% nas ações do banco de investimentos na Bolsa de Milão por volta de 16h45 desta terça, enquanto os papéis do MPS caíam 2,29%.
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