O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (9), em discurso ao corpo diplomático no Vaticano, que a ameaça de uma nova guerra mundial é "cada vez mais concreta" e voltou a fazer apelos por paz na Faixa de Gaza e na Ucrânia.
O discurso do pontífice foi lido pelo monsenhor Filippo Ciampanelli porque o líder católico voltou a apresentar sintomas de resfriado.
"Diante da cada vez mais concreta ameaça de uma guerra mundial, a vocação da diplomacia é favorecer o diálogo com todos, incluindo os interlocutores considerados mais 'incômodos' ou que não seriam tidos como legítimos para negociar. Este é o único caminho para romper as cadeias de ódio e vingança e para desarmar as bombas do egoísmo, do orgulho e da arrogância humana, que são a raiz do desejo beligerante", declarou Jorge Bergoglio na mensagem para embaixadores estrangeiros credenciados na Santa Sé.
"Infelizmente, iniciamos este ano com o mundo dilacerado por numerosos conflitos, pequenos e grandes, mais ou menos conhecidos, e também pelo retorno de execráveis atos de terror", afirmou o Papa, citando os recentes atentados em Magdeburg, na Alemanha, e Nova Orleans, nos Estados Unidos.
"Estamos diante de sociedades cada vez mais polarizadas, com um senso geral de medo e desconfiança em relação ao próximo e ao futuro. Isso é agravado pela contínua criação e disseminação de fake news, que não apenas distorcem a realidade dos fatos, mas acabam por distorcer as consciências, suscitando falsas percepções da realidade e gerando um clima de suspeita que fomenta o ódio", salientou.
Na mensagem, Francisco também afirmou que a Faixa de Gaza atravessa uma "situação humanitária gravíssima e ignóbil".
"Renovo o apelo por um cessar-fogo e pela libertação dos reféns israelenses em Gaza. Meu desejo é de que israelenses e palestinos possam reconstruir as pontes do diálogo e da confiança recíproca, a fim de que as gerações futuras possam viver lado a lado em dois Estados em paz e segurança", disse.
O pontífice também pediu que "toda a comunidade internacional se esforce para colocar fim à guerra que ensanguenta a martirizada Ucrânia há quase três anos". "Alguns sinais encorajadores surgiram no horizonte, mas muito trabalho ainda precisa ser feito para construir as condições para uma paz justa e duradoura", destacou.
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