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PF indicia Bolsonaro em inquérito sobre joias

PF indicia Bolsonaro em inquérito sobre joias

Delitos podem render uma pena de mais de 20 anos de cadeia

SÃO PAULO, 04 de julho de 2024, 19:05

Redação ANSA

ANSACheck
Bolsonaro é acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos © ANSA/EPA

Bolsonaro é acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos © ANSA/EPA

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 11 pessoas no âmbito do inquérito sobre a venda clandestina de joias recebidas de presente de governos árabes durante seu mandato.
    Já inelegível até 2030 por abuso de poder político nas eleições de 2022, Bolsonaro agora é acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos, delitos que, somados, podem render uma pena de mais de 20 anos de cadeia.
    Entre os outros indiciados estão o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; o pai do militar, Mauro Cesar Lourena Cid; os ex-ministros Bento Albuquerque (Minas e Energia) e Fabio Wajngarten (Secretaria de Comunicação Social); e o advogado Frederick Wassef.
    A apuração diz respeito a quatro conjuntos de presentes de luxo dados pelos governos da Arábia Saudita e do Bahrein à gestão Bolsonaro entre 2019 e 2021, incluindo relógios das marcas Rolex e Patek Philippe, anel, caneta, abotoaduras e rosários islâmicos, entre outros.
    A acusação aponta que Bolsonaro e os outros indiciados teriam tentado se apropriar desses bens, que tinham de ser entregues ao acervo presidencial, e vendê-los para embolsar os valores obtidos.
    Alguns desses itens chegaram a ser negociados nos Estados Unidos, como o Rolex de ouro branco, vendido pelo equivalente a cerca de R$ 300 mil em uma loja na Pensilvânia, em junho de 2022. No ano seguinte, após a revelação do caso, aliados de Bolsonaro conseguiram recomprar o artigo de luxo para devolvê-lo às autoridades brasileiras.
    O relatório da PF será encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que o enviará à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem cabe a apresentação da denúncia.
   

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