A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) criticou o governo italiano por permanecer em silêncio sobre o naufrágio de um barco de migrantes nas proximidades da costa do país, no Mar Mediterrâneo.
As autoridades italianas estão em busca de mais de 60 pessoas desaparecidas após a embarcação ter virado a cerca de 200 quilômetros do litoral da região da Calábria, incluindo 26 crianças. Até o momento, a Guarda Costeira recuperou só três cadáveres.
"Diante de mais uma contagem dolorosa, o silêncio institucional é vergonhoso. A inércia esvaziou o Mediterrâneo de meios e recursos de busca e salvamento. As seis mortes por dia registradas mostram o fracasso das autoridades italianas, sobretudo desmascaram uma tragédia humanitária construída em torno da mesa", disse Marco Bertotto, diretor da ONG.
"Em vez de ações concretas para evitar outras tragédias no mar, como o reforço das atividades de busca e salvamento no Mediterrâneo ou a criação de rotas legais e seguras para chegar à Europa, as autoridades italianas e as instituições europeias escolheram conscientemente políticas letais de dissuasão e violência nas fronteiras", acrescentou.
O barco naufragado havia partido da Turquia nove dias atrás, e os deslocados internacionais viajavam sem coletes salva-vidas, segundo os sobreviventes.
Desde o início de 2024, a Itália já recebeu 24 mil migrantes por via marítima, sendo que quase todos eles partiram do litoral da Líbia ou da Tunísia, segundo o Ministério do Interior de Roma.
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