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Número de deslocados no mundo bate novo recorde

Número de deslocados no mundo bate novo recorde

Cifra de pessoas em fuga passou de 117 milhões

SÃO PAULO, 13 de junho de 2024, 12:12

Redação ANSA

ANSACheck
Deslocados palestinos fogem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza © ANSA/AFP

Deslocados palestinos fogem de Rafah, no sul da Faixa de Gaza © ANSA/AFP

O número de pessoas em fuga de guerras e perseguições voltou a bater recorde no mundo e chegou a 117,3 milhões em 2023, de acordo com o relatório "Tendências Globais", divulgado pela Agência da ONU para Refugiados (Acnur) nesta quinta-feira (13).
    Segundo o organismo, a cifra cresceu 8% em relação a 2022 e atingiu o 12º ano consecutivo de expansão, em um movimento que se deve ao surgimento de novos conflitos e à manutenção de crises já existentes, como a da Ucrânia.
    Um fator determinante para o novo recorde, segundo a agência da ONU, foi o conflito no Sudão, que encerrou 2023 com 10,8 milhões de deslocados, bem como a fuga de milhões de indivíduos devido a combates em Mianmar e na República Democrática do Congo.
    Além disso, a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (Unrwa) estima que, no fim do ano passado, cerca de 1,7 milhão de habitantes da Faixa de Gaza (75% da população) foram forçados a se deslocar devido aos "níveis catastróficos de violência" na guerra entre Israel e Hamas. Já a Síria continua sendo a maior crise de deslocamento forçado no mundo, com 13,8 milhões de pessoas em fuga dentro e fora do país.
    "Por trás dessas cifras brutais e crescentes, estão inúmeras tragédias humanas. Esse sofrimento deve impulsionar a comunidade internacional a agir urgentemente para abordar as causas do deslocamento forçado", declarou Filippo Grandi, alto comissário das Nações Unidas para Refugiados.
    "É o momento de as partes em conflito respeitarem o direito internacional e as leis básicas da guerra. Sem maior cooperação e esforços conjuntos, os números de deslocamento continuarão a aumentar", acrescentou o italiano.
    O aumento foi puxado pelos deslocados internos (aqueles que permanecem dentro de seus próprios países), que totalizaram 68,3 milhões, uma alta de 9,3% em um ano.
    Já o número de refugiados e outras pessoas que necessitam de proteção internacional subiu para 43,4 milhões (+7%), sendo que 69% dessa população foi acolhida por países vizinhos. Além disso, 75% residem em países de renda baixa ou média que, juntos, produzem menos de 20% da riqueza mundial.
    Os cinco principais países de origem dos refugiados são Afeganistão (6,4 milhões), Síria (6,4 milhões), Venezuela (6,1 milhões), Ucrânia (6 milhões) e Sudão (1,5 milhão), enquanto Irã (3,8 milhões), Turquia (3,3 milhões), Colômbia (2,9 milhões), Alemanha (2,6 milhões) e Paquistão (2 milhões) são os maiores hospedeiros em números absolutos. (ANSA)   

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