O governo egípcio anunciou nesta segunda-feira (3) que o grupo fundamentalista islâmico Hamas teria aceitado a proposta de cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, composta por três fases.
"O Hamas acolheu positivamente a proposta de cessar-fogo em Gaza e agora aguardamos a resposta de Israel", declarou o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, em visita a Madri.
Segundo o político de um dos países mediadores do conflito, "a proposta de um cessar-fogo na Faixa de Gaza e de uma troca de prisioneiros e detidos deve ser aceita".
Durante coletiva de imprensa com o seu homólogo espanhol, Shoukry destaca que "a guerra na Faixa de Gaza expõe a região ao caos e as práticas de Israel violam o direito internacional".
O ministro egípcio apreciou "a posição da Espanha a favor da causa palestina, especialmente após o reconhecimento do Estado da Palestina". "Devemos respeitar as regras do direito internacional, respeitar as decisões do Tribunal Internacional de Justiça e preservar o sistema de ação multilateral internacional", acrescentou ele, consciente de que "a guerra na Faixa de Gaza teve repercussões catastróficas".
Por fim, reiterou que o Cairo se opõe à presença israelense na fronteira de Rafah, entre a península egípcia do Sinai e a Faixa de Gaza. "É difícil para o Passo de Rafah continuar a funcionar sem uma administração palestina", observou.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por sua vez, convocou o ministro da Segurança Nacional e líder da direita radical, Itamar Ben Gvir, para explicar o possível acordo com o Hamas, relataram fontes.
A proposta apresentada por Biden é dividida em três partes e começaria com um cessar-fogo de seis semanas, durante o qual as Forças de Defesa de Israel se retirariam das áreas povoadas de Gaza.
Além disso, a iniciativa prevê o aumento da ajuda humanitária, bem como uma troca de reféns por prisioneiros palestinos, uma "cessação permanente das hostilidades" e um plano de reconstrução para Gaza.
Hoje, o vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, declarou que seu país apoia os esforços dos Estados Unidos para mediar um cessar-fogo em Gaza "com grande convicção".
"Chegou a hora de finalmente ter este cessar-fogo que tornará possível a libertação dos reféns e a entrega de ajuda à população civil palestina", afirmou ele à Sky.
O chanceler italiano enfatizou que o governo da premiê Giorgia Meloni apoia esta mediação e espera "que Israel e o Hamas concordem pelo menos nesta tentativa inicial de suspender a guerra".
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