Em um ato surpreendente cinco dias após tomar posse para seu quinto mandato, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, decidiu substituir Sergei Shoigu como ministro da Defesa após quase 12 anos.
Com a medida, o economista Andrei Belousov assumirá o cargo ocupado por um dos aliados mais próximos de Putin. Agora, Shoigu se tornará chefe do Conselho de Segurança Nacional, no lugar de Nikolai Patrushev, que foi demitido.
Belousov, de 65 anos, passou grande parte da sua carreira governamental na esfera econômica e financeira. Entre 2012 e 2013, ele foi ministro do Desenvolvimento Econômico, e logo após assumiu o cargo de conselheiro presidencial para os assuntos econômicos. Em janeiro de 2020, tornou-se vice-premiê.
Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a escolha de Belousov ocorreu pela necessidade de "inovação" dentro do Ministério da Defesa.
"Um ministério que deve estar absolutamente aberto à introdução de ideias avançadas e à criação de condições para a competitividade econômica", acrescentou.
Quanto a Shoigu, Peskov explicou que ele "continuará a tratar de questões que já conhece bem, pois além de secretário do Conselho de Segurança, será também responsável pelo Serviço Federal de Cooperação Técnico-Militar e vice-presidente do Comissão do Complexo Militar-Industrial.
No entanto, não há notícias no momento sobre o futuro de Patrushev, apesar de o porta-voz do Kremlin limitar-se a dizer que o ex-secretário do Conselho de Segurança será nomeado para outro cargo nos próximos dias.
Já o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, de 74 anos, que lidera a diplomacia russa há 20 anos, permanece no cargo.
Inclusive, em um discurso nesta segunda-feira (13), no Senado russo, o chanceler de Putin desafiou os países ocidentais em relação ao conflito na Ucrânia.
"Se quiserem estar no campo de batalha, estarão no campo de batalha", afirmou, garantindo que "Moscou está pronto".
Com a conferência de paz que será realizada na Suíça em junho, os países ocidentais querem tratar a Rússia como "um mau aluno".
"Mas você não pode falar com ninguém assim, especialmente conosco", acrescentou ele.
Lavrov lembrou que os países não convidaram Moscou para participar da cúpula e pretendem comportar-se como "um conselho de professores" que identifica um mau aluno, "decide tudo entre si e depois liga e anuncia o veredicto".
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