A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) alertou nesta quarta-feira (24) que toda a população da Faixa de Gaza, com os seus 2,2 milhões de habitantes, enfrenta a crise alimentar mais grave da história da escala de segurança.
Em dezembro de 2023, foi identificado mais de um quarto da população, ou seja, 600 mil pessoas, em condições de "catástrofe" - nível 5 da classificação da fase de segurança alimentar integrada - e em risco de fome.
Os dados constam no Relatório Global sobre Crises Alimentares 2024 da Rede de Informação sobre Segurança Alimentar e destacam que as crises aumentaram de forma alarmante em focos de conflito, como na Palestina e no Sudão, onde é necessária uma "ação imediata".
De acordo com o documento, é previsto que até julho de 2024 metade da população destes territórios (cerca de 1,1 milhão de pessoas) sofra com níveis de catástrofe (IPC Fase 5) de insegurança alimentar grave, atingindo um terço das crianças em estado de subnutrição aguda desde março.
Na época, já se previa uma fome iminente nas províncias de Gaza, na Palestina, devido às hostilidades em andamento e à falta de acesso aos bens e serviços essenciais.
Outros países mapeados também enfrentam crises, como é o caso do Haiti, onde são esperados elevados níveis de insegurança alimentar grave entre março e junho para quase 5 milhões de pessoas, ou metade da população analisada.
O número representa um aumento acentuado em comparação com as projeções de agosto de 2023 e reflete a escalada da violência das gangues armadas que limita a circulação de mercadorias e pessoas, causando deslocamentos internos e elevando os preços dos alimentos.
Já na África Meridional, os presidentes do Malawi, da Zâmbia e do Zimbabué declararam catástrofes nacionais em março passado devido ao impacto da seca induzida pelo El Niño na produção agrícola.
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA