(ANSA) - O gabinete de guerra de Israel concluiu sua reunião desta segunda-feira (15) sobre os ataques realizados pelo Irã no fim de semana e examinou "diversas opções" para reagir ao bombardeio.
De acordo com a emissora Canal 12, todas as respostas avaliadas seriam "dolorosas", mas o comitê também estudou alternativas que não desencadeariam uma "guerra regional".
Segundo a mesma rede, o objetivo do gabinete, que se reunirá de novo nesta terça (16), seria escolher uma opção que não seja rechaçada pelos Estados Unidos, que temem que a situação no Oriente Médio saia de controle.
Em conversa com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, o ministro israelense da Defesa, Yoav Gallant, disse que "não há outra escolha que não seja responder ao ataque do Irã", segundo o site Axios.
Já na noite desta segunda-feira, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o Irã terá que esperar “ansiosamente, sem saber quando pode chegar o ataque, como fez com Israel”.
A declaração foi dada durante uma reunião de ministros do Likud, seu partido. Segundo fontes, ele afirmou que “Israel responderá ao ataque do Irã, mas de maneira sábia, não por impulso”.
Enquanto isso, o presidente Joe Biden e outros países ocidentais aliados de Israel tentam dissuadir Netanyahu de realizar uma retaliação contra o Irã, que já justificou o bombardeio com o ataque que deixou mais de 10 mortos em sua embaixada em Damasco, na Síria, no início de abril.
O Irã, por sua vez, voltou a ameaçar Israel nesta segunda-feira e disse que o ataque do fim de semana foi apenas uma "advertência" para "desencorajar o regime sionista". "Mas se Israel tomar uma nova ação contra o Irã, terá de enfrentar uma resposta muito mais forte", disse o chanceler iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, em conversa com seu homólogo russo, Sergei Lavrov.
Já o secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou que é "fundamental evitar qualquer ação que possa causar grandes embates militares em mais frentes no Oriente Médio". "Precisamos envolver ativamente todas as partes interessadas para prevenir uma nova escalada", declarou.
Em sessão do Conselho de Segurança das Nações Unidas no último domingo (14), o Irã reivindicou seu direito à "autodefesa", enquanto Israel cobrou sanções contra o regime dos aiatolás.
A premiê italiana, Giorgia Meloni, também se pronunciou sobre a crise e reiterou a necessidade de "enviar mensagens de responsabilidade". "Reforçamos nossa firme condenação ao ataque iraniano contra Israel, e acho muito importante ter uma desescalada naquela região", salientou.
UE
O esboço de um comunicado do Conselho Europeu, principal instância política da União Europeia, condena "com força e de maneira inequívoca" o ataque realizado pelo Irã contra Israel no último fim de semana.
No texto, que será divulgado após a reunião dos líderes marcada para 17 e 18 de abril, em Bruxelas, os governantes dos 27 Estados-membros também renovam a "plena solidariedade com o povo israelense e o compromisso com a segurança de Israel".
No entanto, o rascunho também convida todas as partes envolvidas a "exercer a máxima moderação" e expressa a vontade de "trabalhar com os parceiros" para resolver a crise na Faixa de Gaza, "alcançando uma trégua imediata e a libertação dos reféns".
EUA e Iraque
A tensão entre Israel e Irã esteve no centro da reunião bilateral entre o presidente americano, Joe Biden, e o primeiro ministro do Iraque, Mohammed Shiaa Al Sudani, nesta segunda-feira.
Os dois trataram sobre a estabilidade regional, o futuro das tropas dos EUA no país, bem como as relações nos campos econômico, comercial e energético.
Biden expressou o desejo de evitar uma escalada do conflito no Oriente Médio, enquanto Al Sudani também fez um apelo à moderação e ao respeito ao direito internacional na proteção de civis e missões diplomáticas.
"Como humanidade, precisamos de um sistema que respeite essas leis. E se permanecermos em silêncio sobre o que está acontecendo, criaremos um precedente a ser seguido", disse ele.
Aiea
O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea), Rafael Grossi, afirmou nesta segunda-feira que o Irã fechou suas plantas nucleares no domingo (14) por “motivos de segurança”.
Segundo ele, as instalações foram reabertas, mas a Aiea manteve seus inspetores fora dos locais até a terça.
Questionado sobre a possibilidade de um ataque israelense a instalações nucleares iranianas, ele afirmou: “Estamos sempre preocupados com essa possibilidade”, acrescentando um pedido por “extrema moderação”.
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