(ANSA) - A Ucrânia bombardeou nesta sexta-feira (15) a região russa de Belgorod, na fronteira entre os dois países, em meio às eleições que devem confirmar a manutenção do presidente Vladimir Putin no poder até 2030.
Segundo o governo de Belgorod, o balanço dos ataques é de pelo menos um morto - um membro das forças de defesa regionais - e três feridos, enquanto alertas de mísseis foram acionados e desativados diversas vezes.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que "todas as tentativas de infiltração da Ucrânia em Belgorod nos últimos três dias foram contidas", e as operações de voto na região continuam, apesar dos ataques.
"Minha mulher e eu estamos indo a nosso colégio eleitoral para fazer aquilo que cada um de nós deve fazer: uma escolha pelo futuro de nossos filhos", disse o governador de Belgorod, Vyacheslav Gladkov, em um vídeo divulgado nas redes sociais.
Também foram reportados bombardeios a locais de voto em Kherson, província ucraniana parcialmente ocupada por Moscou, enquanto uma mulher tentou detonar um coquetel molotov em um colégio eleitoral em São Petersburgo.
Segundo a agência estatal Tass, Putin prometeu que os ataques atribuídos à Ucrânia não ficarão "impunes" e disse que Kiev "não conseguirá arruinar" o pleito. "95% das ações ucranianas foram contidas pelas defesas aéreas russas", assegurou.
As eleições presidenciais na Rússia vão até domingo (17), porém não há dúvidas quanto ao resultado, somente sobre qual será o percentual da vitória de Putin.
"Gostaria de parabenizar Vladimir Putin por sua esmagadora vitória nas eleições. Nenhuma oposição, nenhuma liberdade, nenhuma escolha", ironizou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no X (antigo Twitter).
A votação acontece inclusive nas províncias ucranianas parcialmente ocupadas e anexadas ilegalmente pela Rússia: Donetsk, Kherson, Lugansk e Zaporizhzhia, em meio a acusações de fraudes, participação forçada de eleitores e ausência de reais opositores - o mais famoso deles, Alexey Navalny, morreu em circunstâncias suspeitas em uma colônia penal na Sibéria em 16 de fevereiro. (ANSA)
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