(ANSA) - A morte de dezenas de palestinos durante uma distribuição de ajudas humanitárias na Faixa de Gaza nesta quinta-feira (29) pode complicar as já intrincadas negociações entre Hamas e Israel para um cessar-fogo temporário.
Segundo o grupo fundamentalista islâmico, pelo menos 104 pessoas foram mortas por forças israelenses e 760 ficaram feridas enquanto esperavam em uma fila por alimentos na Cidade de Gaza, principal município do enclave e devastado nas primeiras semanas do conflito.
"As negociações conduzidas pela liderança do movimento não são um processo aberto a despeito do sangue do nosso povo", alertou um comunicado do Hamas, que já culpa Israel por um eventual fracasso das tratativas.
No entanto, um porta-voz militar do país judeu disse que palestinos "cercaram" e "saquearam" caminhões de ajuda no norte de Gaza e colocaram tropas israelenses em risco.
"No incidente, dezenas de pessoas foram pisoteadas pela multidão", afirmou o Exército, acrescentando que os soldados "dispararam contra quem cercava" o comboio. Além disso, as forças israelenses divulgaram um vídeo que mostra pessoas circundando os caminhões .
Já o ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, cobrou o fim da distribuição de ajudas humanitárias em Gaza. "Hoje ficou provado que isso não é apenas loucura enquanto nossos reféns continuam na Faixa, mas também prejudica os soldados do Exército", declarou.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, definiu o episódio como "incidente grave" e lamentou a "perda de inocentes vidas humanas" no enclave palestino, enquanto o presidente Joe Biden já disse ser "provável" que os dois lados não cheguem a um acordo para a próxima segunda-feira (4).
O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, também se pronunciou e disse que as "trágicas mortes" de palestinos durante a distribuição de ajuda humanitária exigem um "imediato cessar-fogo".
"Pedimos com força a Israel que proteja a população em Gaza e investigue fatos e responsabilidades com rigor", acrescentou o chanceler no X (antigo Twitter). (ANSA)
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS © Copyright ANSA