(ANSA) - A União de Comunidades Judaicas Italianas informou nesta terça-feira (23) que precisou cancelar, por razões de segurança, a próxima edição de uma tradicional corrida que ocorreria no próximo sábado (27), por ocasião do Dia Internacional da Lembrança do Holocausto.
A “Maratona da Memória”, que é, na verdade, uma corrida de cinco ou 10 quilômetros, seria realizada na Calábria.
“É aberrante que a população não possa correr livremente. Após a consulta com especialistas em segurança, decidimos desistir”, queixou-se a presidente da União, Noemi Di Segni, durante a apresentação das iniciativas previstas para o Dia da Memória.
"Tínhamos organizado a maratona, depois percebemos que era muito perigoso, os municípios não queriam arriscar enfrentar um delírio”, disse, lembrando que a corrida “foi promovida por muitos anos em várias cidades, como Roma, Bolonha, Turim, Livorno e Milão”.
Ela também citou episódios de manifestações com conotação fascista que têm ocorrido no país: “Aqueles que levantam o braço para a saudação romana e praticam o ‘squadrismo’ [tática paramilitar de intimidação contra oponentes incorporada pelo fascismo] estão livres para se manifestar, quase protegidos por uma liberdade constitucional”, acrescentou.
“Nós não somos só os judeus, mas toda a cidadania, correm também crianças, famílias. É uma manifestação leve e alegre, pensada para quebrar a abordagem das cerimônias lúgubres, para dizer que estamos vivos e livres”, concluiu Di Segni.
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