(ANSA) - Um novo ato de vandalismo antissemita foi registrado nesta quinta-feira (2) em Roma, na capital da Itália, após um grupo de desconhecidos tentarem queimar quatro lápides em homenagem aos judeus deportados durante a ocupação nazista de Roma.
Desta vez, uma Estrela de David foi pintada em uma parede perto da Piazza Bologna e uma foto de um menino feito refém pelo grupo fundamentalista islâmico Hamas foi anexada no local.
Agentes da Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais (Digos) estão apurando o caso e devem analisar as imagens de câmaras de segurança da área.
Ontem (1º), fogo foi ateado nas lápides de Michele Ezio Spizzichino e Amedeo Spagnoletto, localizadas no bairro de Trastevere, enquanto outras duas, dedicadas aos deportados Eugenio e Giacomo Spizzichino, também foram pichadas na Via Mameli, 47, em Roma.
A dinâmica do ataque não foi esclarecida, mas as pedras passaram por uma limpeza. Os atos de vandalismo foram registrados em pouco menos de 24 horas. As autoridades italianas abriram uma investigação para apurar os episódios.
"A lápide em memória do meu bisavô Aurelio Spagnoletto, que foi deportado para Auschwitz, foi queimada na Via Dandolo, em Roma, por aqueles que não aceitam que os seus netos se recusem a acabar da mesma forma", escreveu Jonathan Pacifici em uma publicação na rede social X (antigo Twitter).
O ministro do Interior da Itália, Matteo Piantedosi, expressou preocupação com o aumento do antissemitismo após a eclosão da guerra entre Israel e o Hamas.
Durante visita a Trieste, o ministro falou sobre o "ressurgimento do antissemitismo, que acompanhamos, controlamos e que nos preocupa".
Segundo Piantedosi, o próprio Hamas representa uma possível ameaça depois que o chefe do Conselho de Relações Internacionais em Gaza, Basem Naim, disse que a Itália era "parte da agressão" contra o grupo.
No entanto, também existe o perigo dos "lobos solitários". "Estamos muito atentos", acrescentou ele.
Por sua vez, o Yad Vashem, Museu do Holocausto em Jerusalém, apelou aos "líderes políticos, culturais, religiosos e acadêmicos de todo o mundo para declararem guerra ao antissemitismo".
O pedido foi lançado "em resposta à alarmante onda de antissemitismo que assola o mundo", após o "terrível ataque contra Israel por parte do Hamas e dos terroristas jihadistas de 7 de outubro".
"Estamos acompanhando de perto o aumento dramático do antissemitismo em palavras e ações, incluindo ataques violentos contra comunidades, instituições e indivíduos judaicos", declarou o presidente do Yad Vashem, Dany Dayan.
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